Brasil tem 1.727.279 casos de Covid-19

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Foto: Agência O Globo

O número de casos confirmados de Covid-19 no Brasil subiu para 1.727.279, indica o boletim das 13h do consórcio de veículos de imprensa formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira. Os números são consolidados a partir das secretarias estaduais de Saúde. O total de óbitos é de 68.355.

As estatísticas da pandemia no Brasil são divulgadas três vezes ao dia. O próximo levantamento será divulgado às 20h. A iniciativa dos veículos da mídia foi criada a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde na gestão do interino Eduardo Pazuello.

Desde o boletim fechado das 20h da última quarta-feira, foram notificados 11.083 novos casos de Covid-19 e 300 mortes a mais pela doença. A secretaria piauiense corrigiu o número de obitos no estado após o levantamento publicado pelo consórcio ontem. Segundo a pasta, quatro óbitos tiveram a causa “retificada”.

Nas últimas 17 horas, os números foram atualizados pelas secretarias de Saúde de Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima e Tocantins. Ontem, o país chegou oficialmente à marca de 1,7 milhão de casos.

O Brasil que, até ontem, contabilizava 68.055 mortes por coronavírus, vê a Covid-19 disseminar-se de diferentes formas em cada região. A média de óbitos cresce vertiginosamente no Sul, atinge uma vacilante estagnação no Sudeste e cai em poucos estados, como Amazonas, Pará e Rio de Janeiro. O diagrama nacional dos casos fatais segue reto há mais de um mês. O problema é que estacionou em um nível alto demais, um comportamento que não foi visto na maioria das outras nações.

Mesmo os estados que conseguiram reduzir a média de óbitos devem seguir cautelosos. No Ceará, por exemplo, a queda do índice de mortes foi interrompida conforme a Covid-19 avançou para o interior do estado. Já o Rio de Janeiro pode ser motivo de novas preocupações nas próximas duas ou três semanas, diante do agravamento do quadro de saúde de pessoas que estariam sendo infectadas atualmente, quando a capital fluminense passa por um período de relaxamento social.

A epidemia da Covid-19 parece longe de estar sob controle no Brasil, com taxa de contágio em alta na última semana. O coronavírus aterrissou oficialmente no Brasil em fevereiro, chegou aos 100 mil casos em maio, atingiu 1,6 milhão no último domingo, e os cientistas ainda têm dificuldades para saber quando o número galopante de contágios será freado.

Pesquisador da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, Gabriel Maisonnave Arisi destaca que a pandemia cresce em um “ritmo absurdo”, constantemente chegando a quase 50 mil casos por dia — e esse índice, ressalta, pode ser até seis vezes maior, considerando a taxa elevada de subnotificação.

— A pandemia pode até atingir o platô na Grande São Paulo, mas vemos seu fluxo para cidades do interior, onde sequer há estrutura para atendimentos de saúde básica — alerta.

Um levantamento divulgado esta terça-feira pelo Imperial College of London alertou que o contágio do coronavírus no país está mais acentuado. De acordo com a pesquisa, o índice de transmissão da Covid-19 é, agora, 1,11— ou seja, cem pessoas contaminadas podem levar o Sars CoV-2 a 111 saudáveis.

Na semana passada, o estudou indicou que a taxa de transmissão era de 1,03. Então, a cada cem infectados, 103 eram contaminados pelo coronavírus.

O Imperial College realizou a pesquisa em 56 países onde há transmissão ativa do coronavírus. O balanço foi fechado com base nos dados coletados no último domingo, dia 5. O relatório ressalta sete vezes que a notificação de casos e óbitos pela pandemia no Brasil está mudando e que, por isso, essas informações devem ser interpretadas “com cautela”. Não há mais detalhes sobre essa observação.

Um estudo elaborado pelo Instituto Estadual do Cérebro (IEC), à espera de publicação em revista científica, apontou tendência de redução da taxa de mortalidade da Covid-19 com o tratamento de plasma de convalescente. O trabalho analisou 113 pacientes de Covid-19 internados em UTI e não randomizados. Ou seja, seus casos foram comparados, mas a escolha não foi aleatória, como nos estudos randomizados, o que permitiria estudar sem qualquer viés a resposta do paciente ao tratamento.

Receberam infusão de plasma de convalescente 41 pacientes. Os outros 72 não receberam plasma e seus casos foram considerados apenas para comparação. A média de idade dos pacientes foi de 58 anos, 61% homens e 39% mulheres. Dos 41 que receberam plasma com anticorpos apenas sete não usaram ventilação mecânica. Esses sete sobreviveram.

Após 14 dias de internação, 42% dos que não receberam plasma de convalescente morreram. Entre os que receberam a infusão, o percentual de mortos foi de 29%. Depois de 28 dias, porém, a diferença foi reduzida: 56% dos que não receberam plasma morreram; 49% dos tratados com a infusão faleceram.

O Globo