Covid19 mata primeiro condenado pela Lava Jato

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Viola Junior / Câmara dos Deputados

Morreu na manhã do domingo o ex-deputado federal Nelson Meurer, de 77 anos. Ele foi primeiro condenado pelo Supremo Tribunal Federa (STF) na Operação Lava-Jato. O advogado do ex-parlamentar, Michel Saliba, informou que ele estava internado desde o último dia 6 e testou positivo para o novo coronavírus. Meurer cumpria pena de 13 anos e 9 meses na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná, desde outubro do ano passado.

O advogado afirma que Meurer foi transferido para um hospital da cidade depois de apresentar os sintomas da Covid-19, e um exame realizado no mesmo dia comprovou que o ex-parlamentar havia contraído a doença. O advogado disse que, desde novembro, tentava no STF que Meurer cumprisse prisão domiciliar. Foram três pedidos, sendo o último em março, quando foi declarada a pandemia.

“Uma tragédia anunciada, que poderia ter sido evitada, é só o tenho a te dizer” disse ao jornal “O Globo” Nelson Meurer Junior, filho do ex-parlamentar.

O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro da Saúde, lamentou a morte do colega: “ Já havia pedido para a prisão domiciliar, uma recente inclusive, em função da Covid, mas não houve despacho. Agora, é só lamentar. Pelas redes sociais, Barros criticou o STF. “ Ativismo político do Judiciário tem que acabar. Lei igual para todos”.

O prefeito de Francisco Beltrão, Cleber Fontana, decretou luto oficial no município. “A administração municipal de Francisco Beltrão lamenta profundamente a morte do ex-prefeito e ex-deputado federal Nelson Meurer, na manhã deste domingo (12/07), vítima da Covid-19. Além de reconhecer o seu trabalho em prol de Francisco Beltrão, deseja força para a família”.

Agropecuarista, Meurer nasceu em 23 de julho de 1942 em Bom Retiro (SC). Foi prefeito de Francisco Beltrão entre 1989 e 1993. Na Câmara dos Deputados, teve cinco mandatos, de 1995 a 2019. ex-parlamentar foi condenado no STF pelo recebimento propina em troca do apoio à nomeação e à permanência de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Segundo o processo, Meurer recebeu R$ 29,7 milhões em pagamentos periódicos.

Valor Econômico