Desembargador que humilhou guarda tem longa “capivara”

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Foto: Reprodução

O desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Eduardo Almeida Prado Rocha Siqueira, que humilhou um agente da Guarda Civil de Santos por se recusar a usar máscara facil, acumula um histórico de abusos de autoridade.

Siqueira foi flagrado nesse fim de semana sem máscara e, ao ser abordado pelo agente que o multou, o chamou de analfabeto. Segundo a desembargadora Maria Lúcia Pizzoti, que teve contato próximo com Siqueira, ele é uma figura “desprezível”.

“É o tipo de pessoa que teve ‘bola dividida’ com muita gente. É importante falar sobre o comportamento dele porque a sociedade não tolera mais essas coisas. Hoje em dia tudo é filmado e gravado. Ele, infelizmente, fez muita coisa que não foi filmada nem gravada”, disse ao site Conjur.

Em entrevista, a magistrada contou que o desembargador se ofereceu como testemunha contra ela em processo de vitaliciedade, sem nenhuma denúncia contra a ex-colega. “Ele tinha uma postura bastante desagradável no trato pessoal, e eu fui obrigada a ser firme desde o começo da minha relação com ele. Tive que processá-lo por difamação e injúria”, comentou.

Esta não foi a única acusação da desembargadora contra Siqueira. Em outra ocasião, o nome do magistrado virou notícia nos bastidores do Tribunal de Justiça por gritar com uma copeira por não ter o sabor do suco do qual ele gostava.

“Ele mandou o motorista parar o carro e veio para cima de mim para tirar satisfação. Eu solicitei a gravação da garagem e fiz uma representação contra ele. Infelizmente, o presidente do TJSP na época, Ivan Sartori, decidiu arquivar o caso. Acredito que se houvesse uma postura firme do tribunal anteriormente ele não chegaria nesse ponto de destratar o guarda e sujar a praia”, descreveu, o ocorrido.

Para Lúcia, a postura de Siqueira justifica a exoneração do cargo. “Ele cometeu o crime de abuso de autoridade, de tráfico de influência ao tentar ligar para outra autoridade e tem o caso de não usar a máscara e sujar a praia. Aposentadoria — como a própria mídia costuma dizer — é prêmio, né?”, comentou.

De acordo com o site Conjur, há também o registro em que o desembargador questionou o estado de saúde de uma ascensorista grávida sob a alegação de que isso “rebaixaria a classe dos magistrados”. O Conselho Nacional de Justiça apura a postura do magistrado contra o agente da Guarda Civil.

Metrópoles