Gilmar insinua que defende militares contra Bolsonaro

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Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou em live do site “Jota” nesta terça-feira (14) que suas declarações sobre a atuação do Exército na pandemia é de defesa da institucionalidade do papel das forças armadas para que não se envolvam na política e não se deixem usar no contexto.

No fim de semana, durante uma live, o ministro criticou a situação do Ministério da Saúde, que está sem ministro há mais de 50 dias, e disse que o Exército estava “se associando a um genocídio”, o que abriu uma crise política entre os militares e o Judiciário.

O ministério da Defesa e os comandantes das três armas divulgaram uma nota criticando o juiz. O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), que é general da reserva, pediu uma retratação de Gilmar, apesar de considerar que ele emitiu uma opinião pessoal.

Segundo Gilmar, as Forças Armadas estão sendo chamadas a cumprir missão avessa ao seu importante papel enquanto instituição permanente de Estado. Ao ser perguntado como seria se alguém do Executivo fizesse uma avaliação de um ministro do STF, Gilmar afirmou que “isso ocorre”.

“Recentemente tivemos um episódio com o Alexandre de Moraes sobre o delegado Alexandre Ramagem e sofreu um ataque bastante agressivo por parte do Presidente da República. Aqui, importante que se diga estávamos em um contexto acadêmico, com o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e Drauzio Varella discutindo a saúde”, disse o ministro.

“Todos eles apontaram problemas na gestão administrativa da saúde. Ministro Mandetta disse que ‘se o general que lá está e que é especializado em logística talvez fosse mais em balística, tendo em vista o número de mortes que ele conseguiu’. Foi nesse contexto que a conversa se desenvolveu”, acrescentou.

Ainda de acordo com Gilmar, a decisão do STF sobre o papel dos entes federativos no combate a pandemia foi mal interpretada pelo Executivo. “O Supremo não disse que os estados são responsáveis pela saúde. O Supremo disse que era uma competência compartilhada, mas o presidente esquece essa parte. Se se quer mostrar isso de um ponto de vista política, isso é um ônus para as forças armadas, para o exército porque estão lá como oficiais da ativa. Foi só isso que eu disse”

CNN Brasil