Para Barroso, “política é gênero de primeira necessidade”

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Foto: Dida Sampaio / Estadão

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, elogiou o que chamou de atuação rápida e harmoniosa do Congresso e da Justiça Eleitoral para a aprovação da emenda constitucional do adiamento das eleições municipais de 2020 para novembro (dias 15 e 29). Em sessão solene do Congresso nesta quinta-feira, 2, para a promulgação da proposta aprovada ontem pela Câmara, Barroso disse que “política é gênero de primeira necessidade” em uma democracia. “Temos que investir na política, no seu aprimoramento, na elevação de sua credibilidade”, afirmou.

Para Barroso, a política feita com idealismo, com patriotismo, com ênfase no interesse público “é uma das atividades mais nobres a que alguém pode se dedicar”. E destacou que a democracia é a capacidade de, “mesmo na divergência, se construir harmoniosamente as soluções”, a exemplo do que foi feito para aprovação da PEC.

Barroso ressaltou ainda que a Corte Eleitoral tem pela frente a difícil missão de coordenar um pleito envolvendo mais de 140 milhões de eleitores e 700 mil candidatos durante uma pandemia. Mas, avalia, o desafio que o Brasil enfrenta em relação ao novo coronavírus, que já matou mais de 60 mil pessoas, permitirá “avanços civilizatórios e elevações espirituais que ajudarão a fazer um País melhor e maior”.

O adiamento das eleições causou muita divergência no Congresso nos úlimos dias. Até a semana passada o grupo de partidos conhecido como Centrão era contra empurrar as eleições para novembro por sofrer pressão dos prefeitos, muitos deles candidatos a um segundo mandato. O cálculo político sempre foi o de que jogar as disputas para mais tarde beneficiaria a oposição, que teria mais tempo para fazer campanha (mais informações nesta página).

A maioria dos deputados, no entanto, acabou mudando de posição após negociações que permitiram o retorno da propaganda partidária no rádio e na TV e a garantia de mais R$ 5 bilhões para municípios no combate à pandemia.

A proposta aprovada semana passada no Senado e ontem pela Câmara também altera prazos no calendário eleitoral.

Estadão