Sindicato não quer repórteres entrevistando Bolsonaro

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Reprodução

Depois da entrevista “coletiva” dada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a duas emissoras de TV, a Record e a CNN, e à rede oficial NBR nesta terça (7), na qual anunciou ter contraído coronavírus, o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal emitiu comunicado pedindo que veículos de comunicação suspendam a cobertura presencial no Palácio do Planalto.

Ao final da entrevista, o presidente se afastou dos repórteres que estavam no local e tirou a máscara para, segundo ele, mostrar que se encontra em bom estado de saúde.

O sindicato também pede às empresas que testem e afastem todos os profissionais que participaram, nos últimos dez dias, de coberturas nas quais tiveram contato com Bolsonaro e com demais membros do Executivo.

“Desde o começo da pandemia, oficiamos as empresas e o GSI [Gabinete de Segurança Institucional da Presidência] para que garantissem o distanciamento dos jornalistas. Isso não ocorreu”, afirma Juliana Nunes, coordenadora-geral do Sindicato dos Jornalistas do DF.

“Hoje foi mais um exemplo dessa irresponsabilidade. O presidente já sabia de seu diagnóstico e, ao invés de pedir que outra pessoa fizesse [o pronunciamento], expôs jornalistas de três equipes. A gente considera isso muito preocupante e irresponsável”, segue Nunes.

O sindicato não descarta a possibilidade de acionar Bolsonaro na Justiça caso algum dos envolvidos na cobertura teste positivo para a Covid-19.

“Vamos cobrar do Ministério das Comunicações para que seja mantida a divulgação de informações do poder Executivo sem expor jornalistas a risco em entrevistas coletivas presenciais, incluindo as dos ministros, que devem passar a dar coletivas de forma virtual”, diz o órgão em nota.

Em maio deste ano, a Folha e outros veículos de comunicação decidiram suspender a cobertura jornalística na porta do Palácio da Alvorada temporariamente até que o Palácio do Planalto garantisse a segurança dos profissionais de imprensa.

A decisão ocorreu após apoiadores de Jair Bolsonaro hostilizarem jornalistas, em prática recorrente na porta da residência oficial.

Folha