PSDB perde deputado por ficar em cima do muro

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Foto: Reprodução

Quase quatro meses após ter evitado se posicionar de forma clara em relação a Jair Bolsonaro, o PSDB ainda permanece no muro. O processo interno contra o deputado Celso Sabino (PA) fez o assunto voltar à pauta e agitou os grupos privados, de acordo com tucanos ouvidos pela Coluna. Tanto integrantes da ala ligada ao presidente da sigla, Bruno Araújo, quanto seus opositores argumentam que o partido precisa se definir. O vento, porém, virou: o bom momento do presidente nas pesquisas de avaliação deu fôlego à ala simpática ao governo.

Em reunião da Executiva Nacional do PSDB, foi aprovada a admissibilidade de abertura do processo no Conselho de Ética contra Celso Sabino, apadrinhado do deputado federal Aécio Neves. Placar: 25 a 4.

Desafetos do mineiro lembraram um dos ditados que o próprio deputado costuma dizer: sabedoria quando é muito grande vira bicho e come o dono.

Deputados acham que o PSDB tem de tomar posição para evitar movimentos como o de Sabino, que aceitou a indicação apoiado por uma dezena de partidos do Centrão.

Por outro lado, dizem também que o partido não pode ficar mais com a pecha de oportunista: de um lado diz ser independente, de outro mantém cargos na estrutura federal e acompanha o governo em votações importantes.

Aécio Neves: “É preciso ter regras que valham para todos, sob risco de ficarmos vivendo a permanente contradição de um partido que quer punir um membro pelo simples fato de ter recebido um convite para assumir um posto na Câmara, enquanto outros continuam participando com cargos no governo”.

Na reunião da Executiva, o senador Izalci (DF), que hoje está na vice-liderança do governo no Senado, chegou a dizer que abre mão do posto caso o partido decida pela independência.

Bruno Araújo, inclusive, irá iniciar uma rodada de conversas na próxima semana com os demais senadores para tratar da situação de Izalci, que tem incomodado o partido.

Estadão