Weintraub continua produzindo lixo, agora longe de nós
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Nesta quinta-feira, o ex-ministro Abraham Weintraub (Educação) completa dois meses nos Estados Unidos. Ele deixou o Brasil às pressas, pouco após perder o cargo, alegando ser vítima de uma perseguição do Supremo Tribunal Federal (STF), onde era alvo de dois inquéritos. Agora diretor do Banco Mundial, graças a uma indicação do governo do presidente Jair Bolsonaro, Weintraub tem se dividido entre o novo cargo e um hábito pelo qual já é conhecido: o de utilizar as redes sociais para comentar assuntos da política brasileira e, com alguma frequência, criticar e atacar instituições e suas bases.
Os vídeos que o ex-titular do MEC vem publicando no Youtube, destinados a 203 mil inscritos, somaram 2,2 milhões de visualização desde que ele chegou ao exterior. Ele compartilha desde aulas de microeconomia — que incluem reflexões sobre o potencial do dinheiro para trazer felicidade e opções individuais do campo financeiro — a videochamadas com o irmão, Arthur Weintraub, assessor especial da Presidência da República. Há espaço até para a prática do chamado “unboxing”, muito comum entre influenciadores digitais, que consiste em mostrar ao público os produtos que se compra ou recebe em casa.
Em um vídeo publicado em 13 de agosto, Weintraub uniu falas sobre temas econômicos e comentários negativos sobre seu país de origem. Ao justificar os motivos pelos quais brasileiros seriam mais felizes do que a média dos outros países, quando observados em seu comportamento relativo à própria renda, o ex-ministro afirmou:
— O problema é que toda essa porcaria que foi feita no Brasil, Constituição de 1988, todo esse regime totalitarista, de esquerda comunista, com monopólio, oligopólio, socialismo, etc e tal, isso acabou diminuindo a renda per capita do Brasil ao longo do tempo.
A utilização do adjetivo “porcaria” para se referir à Constituição se soma ao episódio em que Weintraub chamou Brasília de “cancro” e os ministros do STF de “vagabundos” na reunião ministral de 22 de abril, cujos registros em vídeo foram tornados públicos pelo ministro Celso de Mello. O mesmo magistrado era relator de um inquérito sobre declarações possivelmente racistas contra a China feitas por Weintraub no encontro daquele dia, enviado recentemente para a primeira instância da Justiça Federal do Distrito Federal.
Ainda resta um caso contra o ex-ministro no Supremo: o chamado inquérito das fake nnews, que apura detalhes sobre campanhas de notícias falsas e ataques virtuais contra instituições brasileiras, sobretudo a própria Corte. Weintraub foi incluído na investigação após a divulgação da fala proferida ema abril, quando, além de chamar os magistrados de “vagabundos”, defendeu mandá-los para a prisão.