Agora golpistas dizem que intervenção militar era só “metáfora”

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Foto: Najara Araújo | Agência Câmara

Em depoimento à Polícia Federal no inquérito que investiga a organização e financiamento de atos antidemocráticos, a deputada federal Alê Silva (PSL-MG) confirmou ter participado de duas manifestações onde aconteceram ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional. Ela disse, porém, que as manifestações sobre intervenção militar se tratavam apenas de “metáfora”.

Alê Silva é investigada no inquérito que tramita perante o STF e está entre os 11 parlamentares que tiveram o sigilo bancário quebrado, por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A deputada disse ainda à PF que as manifestações eram “contra algumas pessoas” do Congresso e do Supremo, mas não contra as instituições. Ela confirmou que esteve presente em um ato, em 24 de maio, e outro, em 20 de julho.

“Já participou de manifestos contra algumas pessoas do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, jamais contra as instituições”, informa o depoimento prestado em 17 de setembro. Questionada pela PF sobre uma postagem em sua rede social na qual defendeu a intervenção militar, a deputada respondeu: “As pessoas estavam desesperadas, pois o presidente da República Jair Messias Bolsonaro não estava conseguindo trabalhar em decorrência das amarras impostas pelos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal”.

Em seguida, a parlamentar afirmou que a defesa do golpe militar era uma “metáfora”. “A declarante afirma que na verdade ninguém queria intervenção ou AI-5; que as pessoas e a declarante usavam esses termos ‘intervenção militar’ e ‘AI-5’ como uma metáfora, como um grito de desespero, mas que na verdade sabiam da impossibilidade jurídica de tais atos”, relata o depoimento.

Em 19 de abril, a deputada escreveu em sua conta no Twitter que o “AI-5 e intervenção militar é (sic) o grito de desespero de um povo que quer ver o presidente, eleito democraticamente, governar sem as amarras de dois congressistas”. A parlamentar se referia aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

No mesmo dia, escreveu: “Estão me criticando dizendo que eu apoio um novo AI-5. Eu fui eleita não para me comportar como dama, mas sim para chutar a porta e acabar com a bagunça. Se fosse para ser dama ficava em casa”.

O Globo