Confira como Flávio Bolsonaro fez para fugir de acareação

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Foto: Reprodução

A acareação estava marcada desde o dia 18 de agosto último. E devidamente avisados o senador Flávio Bolsonaro e o empresário carioca Paulo Marinho, seu suplente. O Ministério Público do Rio queria saber qual dos dois fala a verdade.

Marinho contou em depoimento que ouvira do próprio Flávio, em dezembro de 2018, que ele fora avisado por um delegado da Polícia Federal que Fabrício Queiroz, seu chefe de gabinete, seria alvo de uma operação que investigava desvio de dinheiro público.

Então Flávio demitiu Queiroz, e seu pai, o deputado federal Jair Bolsonaro, candidato a presidente da República, demitiu uma das filhas de Queiroz, funcionária do seu gabinete em Brasília. Também em depoimento, Flávio desmentiu Marinho.

Os advogados de Flávio o aconselharam a empurrar a acareação com a barriga, mas para isso seria preciso arranjar uma desculpa e construir um álibi. Não foi difícil com a ajuda da Embratur, do governo do Amazonas e de um apresentador de televisão.

Gilson Machado Neto, presidente da Embratur e sanfoneiro de Bolsonaro nas horas vagas, combinou com Wilson Lima (PSL), governador do Amazonas, o lançamento, na sexta-feira passada, do Programa Amazone-se, de retomada do turismo no Estado.

Flávio e seu irmão Eduardo, deputado, foram convidados a comparecer à solenidade em Manaus. E por lá ficaram até ontem, data marcada da acareação. O apresentador Sikêra Junior, da TV Crítica, recepcionou os dois e Machado Neto no seu programa.

Ali, ao lado de outro figurantes, os três foram filmados dançando e cantando uma música puxada por Sikêra que dizia assim:

“Todo maconheiro da novela,

ioga, ioga, ioga…

Todo maconheiro dá a boga,

ioga, ioga, ioga.

Todo maconheiro dá a toga,

iú, iú, iú…

Todo maconheiro fuma cu,

iú, iú, iú”.

A pedido de Sikêra, Flávio posou ainda para fotos ao lado de um cartaz onde estava escrito com letras gigantes e coloridas: “CPF cancelado”. É uma expressão usada pelo apresentador para referir-se a supostos bandidos mortos pela polícia.

E assim, Flávio conseguiu livrar-se da acareação no Rio. Uma nova data será marcada. “Alguém está mentindo, e não sou eu”, disse Marinho à saída da audiência frustrada.

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