Em 2020 Bolsonaro não dará showzinho em 7 de setembro
Foto: Evaristo Sa / AFP
Apesar do cancelamento do tradicional desfile de 7 de setembro em Brasília por conta da pandemia do Covid-19, a data não passará em branco no governo Jair Bolsonaro.
Pela manhã da próxima segunda-feira, o Palácio do Planalto vai sediar um evento fechado para poucos convidados, com discursos do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e do presidente sobre o Dia da Independência do Brasil.
Ao fim da cerimônia, Bolsonaro irá até a rampa do Planalto para assistir a passagem da Esquadrilha da Fumaça, que costuma fazer uma exibição nos desfiles do Dia da Pátria. Ele também deve fazer um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV.
Além disso, monumentos de Brasília serão iluminados em verde e amarelo ao longo do mês de setembro e as redes sociais do governo federal devem ganhar nova identidade visual comemorativa.
Diante da impossibilidade de exercer o ufanismo nas ruas, a equipe de comunicação do governo preparou uma campanha para divulgar manifestações de “amor à pátria” no 7 de setembro, com fotos e vídeos sobre a data.
A decisão de cancelar os desfiles ocorreu no dia 7 de agosto, quando o Ministério da Defesa editou uma portaria que recomenda aos comandantes das Forças Armadas que orientem as tropas a não participar das comemorações da Independência do Brasil em razão do novo coronavírus. A medida, assinada pelo ministro Fernando Azevedo, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).
O texto da portaria ressalta a recomendação de autoridades sanitárias pelo isolamento social para evitar os contágios. “As condições atuais indicam que tal recomendação deva ainda vigorar durante o mês de setembro, abrangendo, assim, o período de celebração do 198º Aniversário da Proclamação da Independência do Brasil”, diz o ato.
No ano passado, Bolsonaro participou do desfile em Brasília ao lado da família e também do então ministro da Justiça, Sergio Moro. Na ocasião, ele quebrou o protocolo, desceu da tribuna e caminhou na Esplanada para cumprimentar o público, acompanhado por Moro. O ex-juiz deixou o governo em abril, e acusou o presidente de tentar interferir politicamente nas investigações da Polícia Federal.