Ernesto Araújo chama Maduro de “fascínora”

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Foto: Dilson Rodrigues/Agência Senado

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, chamou o governo venezuelano de “facínora” no Senado Federal, na manhã desta quinta-feira (24/9). Araújo foi convidado a ir à Comissão de Relações Exteriores (CRE) para explicar visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, a Roraima, estado que faz fronteira com a Venezuela, quando ele criticou o presidente Nicolás Maduro e o chamou de traficante de drogas.

“Importante que a gente não use a palavra Venezuela para se referir a esse bando de facínoras que ocupam o poder ainda na Venezuela, pelos quais a gente só tem desprezo”, afirmou. Conforme o ministro, há uma “erosão e degradação das instituições democráticas” na Venezuela. “Não é um fenômeno recente, e se ocorresse em qualquer outro lugar do mundo em que as pessoas não tivessem a estranha simpatia como tem por Maduro, seria considerado como uma ditadura da pior espécie”, afirmou.

O ministro defendeu a política externa brasileira aos senadores, dizendo que “é preciso ir além desses clichês de que o Brasil promovia a paz e não promove mais. “Em relação à Venezuela, acho que o que ameaça a paz é o regime de Maduro. Então, não pode usar a ideia de paz e atitude pacificadora como elemento de ignorar a realidade”, afirmou, dizendo que diplomacia não significa covardia. De acordo com ele, o Itamaraty trabalha hoje em busca de paz de forma concreta, e não com retórica, “tentando identificar as ameaças reais à paz”.

“Também existe equívoco que o Brasil está no mundo para intermediar situações entre os países. Nós temos as nossas posições e interesses e articulamos com diferentes países para promover isso”, ressaltou.

O ministro, ainda, comparou a Venezuela com a casa de um vizinho que foi tomada por um traficante, se referindo a Maduro. “Vamos supor que temos um vizinho, muito amigo nosso, e de repente esse vizinho tem a casa dele invadida por um narcotraficante que praticamente escraviza o vizinho, prende no porão o vizinho e toda a sua família e ocupa essa casa vizinha. E vamos supor que um dos filhos do vizinho consegue escapar, nós o acolhemos e então recebemos um amigo de outra rua, também amigo do nosso vizinho, e vamos falar dessa situação. Então, o fato de falarmos dessa situação não é uma agressão ao nosso vizinho, é uma preocupação de que casa do nosso vizinho foi tomada por um narcotraficante”, afirmou.

Na visita a Roraima, houve uma polêmica em relação a uma frase atribuída a Pompeo, quando ele teria dito:“Vamos tirar ele de lá”, se referindo a Maduro. A frase, no entanto, foi traduzida de forma equivocada, questão frisada por Araújo no início de sua explanação. O que ele disse foi: “Nossa vontade é consistente, nosso trabalho será incansável e chegaremos ao lugar certo. Será o lugar certo para a América, será o lugar certo para o Brasil, mas o mais importante, será o lugar certo para o povo venezuelano”, afirmou o chanceler.

Correio Braziliense