Frota pode virar réu por falsidade ideológica

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Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

O Ministério Público (MP) estadual de São Paulo ofereceu denúncia contra o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) por falsidade ideológica.

Para o promotor Marcelo Mendroni, Frota usou um motorista e ex-assessor parlamentar como laranja em duas empresas: a DP Publicidade Propaganda e Eventos Ltda. e a F.R. Publicidade e Atividades Artísticas e de Espetáculos Ltda.

O MP relata que as empresas nunca funcionaram em seus endereços e que desde 2017 o deputado se retirou dos contratos sociais delas e colocou em seu lugar Marcelo Ricardo Silva, ex-assessor e motorista do parlamentar. Marcelo Ricardo teria recebido valores fracionados na conta entre julho de 2017 e janeiro de 2018. Os depósitos somariam R$ 126 mil. Mas sempre no dia seguintes após receber o dinheiro, o ex-assessor retirava as quantias quase idênticas. Ao todo, foram retirados da conta R$ 118 mil.

“Significa que o ora denunciado Alexandre Frota Andrade se valeu de seu então assessor parlamentar para repassar suas empresas para nome dele para, em troca, utilizar a conta corrente dele (de Marcelo Ricardo Silva) para receber valores cujas origens desejava ocultar”, escreveu o promotor na denúncia feita no último dia 19, mas que foi divulgada apenas nesta quinta-feira.

Para Mendroni, a conduta de Frota indica suspeita de lavagem de dinheiro:

“Foram realizados depósitos e subsequentes saques, de forma sistematizada, por períodos em datas muito próximas, configurando, a princípio, a prática de conta corrente de passagem em dissimulação de atividade infracional, que pode (poderia) configurar crime de lavagem de dinheiro”, conclui o promotor.

Frota negou as acusações e se disse vítima de “armação covarde”. Frota diz que nunca teve empresas de fachada e afirma que é possível comprovar por meio de contratos e notas fiscais.

“Não encontraram lavagem de dinheiro que é o que queriam armar. Não conseguiram simplesmente por não existir. Para não sair em branco veio a falsidade ideológica. Tudo da empresa está legalmente feito dentro da lei.Estou muito seguro da verdade e vou mostrar isso”, afirmou o deputado.

O Globo