Líder de Bolsonaro é suspeito de receber propina
Foto: Agência O Globo / Jorge William
A operação de busca e apreensão realizada hoje pelo Ministério Público do Paraná no escritório do líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros, está relacionada às delações já homologadas dos executivos da Galvão Engenharia.
Nelas, são relatados fatos que ocorreram entre 2011 e 2013. Barros ocupava, então, a Secretaria de Indústria e Comércio do também notório Beto Richa, no Paraná. Nas delações, Barros é acusado de ter pedido e recebido duas vezes propinas da empreiteira.
Primeiro, para intermediar a venda de 49,9% da São Bento Energia à estatal paranaense Copel — a São Bento pertencia à Galvão.
Na ocasião, segundo a delação do ex-presidente da empreiteira Eduardo Queiroz Galvão, Barros pediu R$ 1 milhão e mais 1,5% do valor total que a Copel aportasse em investimentos na empresa. As conversas para a transação heterodoxa foram feitas na própria sede do PP em Curitiba.
Queiroz Galvão contou, sendo corroborado por seus executivos, que parte desse dinheiro (R$ 300 mil) foi entregue em mãos a Barros numa visita que o hoje líder fez à sede da Galvão, em São Paulo.
Numa segunda oportunidade de negócio, em 2013, Barros ajudou, ainda segundo o relato que consta da delação, a destravar a venda do restante da São Bento (50,1%) à Copel, quando a Galvão resolveu deixar o setor de energia.
Desta feita, pediu R$ 1,2 milhão para ele e mais 2,5% do valor total da transação, um negócio que saiu por R$ 160 milhões, em doações ao PP do Paraná, do qual, aliás, era o presidente regional.