Médica que assediou criança estuprada complica Damares
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A atuação da comitiva de médicas enviada à cidade de São Mateus (ES) para propor que uma menina de dez anos grávida após estupro tivesse o bebê, em vez de fazer um aborto legal, foi “institucional”, afirmou à Folha uma das participantes da equipe.
O caso foi revelado no dia 21 em reportagem da Folha sobre a ação coordenada pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, para tentar impedir que a vítima passasse pelo aborto legal. Por esse plano, a criança gestante seria colocada aos cuidados do Hospital São Francisco de Assis (HSFA), de Jacareí (SP), onde levaria a gravidez adiante.
Damares contestou a reportagem e a informação de que a missão de seu ministério tenha tratado de aborto. A menina cumpria duas pré-condições para realização do aborto legal: risco de vida para a mãe e gravidez resultante de estupro. Ela e sua família haviam manifestado desejo de interromper a gravidez.
A assistente social Mariângela Consoli de Oliveira confirmou ter estado na reunião na sede da prefeitura de São Mateus, articulada pelo ministério de Damares para discutir o caso da menina. “Foi uma iniciativa institucional, não partiu de mim”, afirmou Mariângela à Folha, na sexta-feira (25). “Prefiro não falar sobre isso, porque isso aí já passou. Tudo o que eu fiz foi por trâmites legais.”
Redação com Folha