Na ONU, Bolsonaro opõe entreguismo a “protecionismo”
Foto: Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro afirmou no discurso da abertura da 75ª edição da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), na manhã desta terça-feira (22/9), que o governo segue comprometido com a conclusão dos acordos comerciais do Mercosul com a União Europeia (UE) e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA). “Esses acordos possuem importantes cláusulas que reforçam nossos compromissos com a proteção ambiental”, apontou.
Bolsonaro declarou ainda que em seu mandato, o Brasil abandonou a tradição protecionista e passou a “ter na abertura comercial a ferramenta indispensável de crescimento e transformação”. O presidente ressaltou também a intenção de incluir o grupo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
“Reafirmo nosso apoio à reforma da Organização Mundial do Comércio que deve prover disciplinas adaptadas às novas realidades internacionais. Estamos igualmente próximos do início do processo oficial de acessão do Brasil à OCDE. Por isso, já adotamos as práticas mundiais mais elevadas em todas as áreas, desde a regulação financeira até os domínios da segurança digital e da proteção ambiental”, disse.
Bolsonaro indicou ainda que restrições podem ser impostas no leilão da tecnologia 5G no país, e que interessados deverão respeitar a “soberania” brasileira. “O Brasil está aberto para o desenvolvimento de tecnologia de ponta e inovação, a exemplo da Indústria 4.0, da inteligência artificial, da nanotecnologia e da tecnologia 5G, com quaisquer parceiros que respeitem nossa soberania e prezem pela liberdade e pela proteção de dados”.
O presidente também cumprimentou o presidente americano, Donald Trump, pelo Plano de Paz e Prosperidade, o qual caracterizou como “uma visão promissora para, após mais de sete décadas de esforços, retomar o caminho da tão desejada solução do conflito israelense-palestino”. Por fim, Bolsonaro disse que o Brasil é “um país cristão e conservador e tem na família sua base”.
O presidente voltou a criticar a cobertura da imprensa brasileira durante a pandemia do novo coronavírus e criticou o isolamento social. O presidente também afirmou que o “Brasil é um país cristão e conservador” e apelou aos líderes mundiais para lutar contra o que ele chamou de cristofobia. Ele também disse que o Brasil é vítima de campanha de desinformação sobre Amazônia. Leia o discurso na íntegra e veja o que mudou na fala dele em um ano.