População quer auxílio emergencial até o fim da pandemia
Foto: Reprodução/ Estadão
Pesquisa exclusiva da Quaest Consultoria traz dados surpreendentes para quem tenta medir os bons índices de avaliação de Jair Bolsonaro apenas pela régua do auxílio emergencial: 48% dos entrevistados disseram que o Congresso é o responsável pela transferência direta de recursos aos necessitados (R$ 600 mensais no início e R$ 300 agora). Outros 40% atribuem o benefício a Bolsonaro. A pesquisa mostra ainda o tamanho do desafio para o presidente em relação ao futuro: 76% dizem que o auxílio tem de permanecer até o fim da pandemia da covid-19.
O dado mais preocupante para o governo é: 66% atribuem a Bolsonaro a responsabilidade pela redução no valor do auxílio. Ou seja, se não colocar em pé o Renda Cidadã, o presidente corre sérios riscos também de ser identificado com a suspensão do benefício emergencial.
Para Felipe Nunes, cientista político, professor da UFMG e diretor da Quaest, o Congresso está conseguindo capitalizar sua participação decisiva na criação da medida.
“Bolsonaro cresceu com o auxílio? Cresceu. Mas menos do que poderia ter crescido porque o Congresso também está levando a fama”, diz Nunes.
No cenário que questionou quem é o responsável pelo auxílio, 2% disseram ser os governadores e 10% não souberam ou não quiseram responder. A pesquisa contou com 1.000 respondentes, entre os dias 21 e 24 deste mês, dos 26 Estados e Distrito Federal.
O nome escolhido por Jair Bolsonaro para seu projeto social, Renda Cidadã, é o mesmo de programa do governo de Mario Covas (1930-2001) em São Paulo. Um amigo de Covas arrisca: o tucano deve estar se revirando no túmulo.