Procuradoria Eleitoral do Rio investigará Crivella por usar capangas contra imprensa

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Foto: Gabriela Biló / Estadão

A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio pediu à Promotoria que investigue se o prefeito e pré-candidato à reeleição Marcelo Crivella (Republicanos) cometeu crime eleitoral ao manter esquema para impedir a atividade jornalística relacionada à cobertura do atendimento de hospitais municipais. Em ofício enviado à Coordenadoria Eleitoral do Ministério Público Estadual, a procuradora regional Eleitoral Silvana Batini solicitou que se apure eventual cometimento de abuso de poder político e conduta vedada no caso.

No documento, a PRE encaminhou reportagem da TV Globo que revelou o esquema chamado ‘guardiões do Crivella’, no qual funcionários comissionados da Prefeitura são pagos para fazer ‘plantões’ nas portas de hospitais e impedir o trabalho de equipes de televisão. O Ministério Público do Rio já abriu investigações no âmbito criminal e civil sobre o caso, mas a Procuradoria Eleitoral defende que é preciso avaliar se houve ou não crime eleitoral devido ao impacto potencial que os fatos têm nas próximas eleições.

“A Procuradoria Regional Eleitoral pediu que a Promotoria Eleitoral avalie se ficou configurado abuso de poder político e/ou conduta vedada, tendo em vista o potencial impacto no processo eleitoral próximo. O Ministério Público Estadual teve uma atuação rápida na área de combate ao crime, mas entendemos conveniente analisar a questão também sob a ótica eleitoral”, afirmou Silvana Batini.

Nesta terça-feira, 1, a Polícia Civil do Rio cumpriu nove mandados de busca e apreensão contra funcionários da prefeitura suspeitos de participar do esquema de ‘guardiões’. Na casa de um dos servidores públicos, a polícia afirmou ter apreendido R$ 10 mil em dinheiro.

Além das investigações da Promotoria, Crivella também é alvo de questionamentos por parte dos parlamentares fluminenses. Na Câmara, dois pedidos de impeachment foram protocolados, um deles apresentado pela deputada estadual e pré-candidata a prefeita do Rio Renata Souza (PSOL) e outro pelo vereador Átila Nunes (DEM).

COM A PALAVRA, A PREFEITURA DO RIO

“A Prefeitura do Rio lamenta o interesse da TV Globo em fazer manipulação da notícia na porta dos hospitais. A Globo dizia, de maneira irresponsável e criminosa, no fim de 2019, que o Hospital Albert Schweitzer estava fechado, quando, na verdade, continuava aberto e funcionando plenamente. Por isso, funcionários da Prefeitura ficaram nas portas dos hospitais para esclarecer a população e rebater mentiras que são repetidas no noticiário da emissora. Essas mentiras colocaram a saúde das pessoas em risco, porque muitas poderiam deixar de procurar a unidade por acreditar nas notícias falsas divulgadas pela emissora.

A Prefeitura do Rio repudia ainda a chantagem que a TV Globo tenta fazer para que receba dinheiro de publicidade. E lamenta que o Ministério Público tenha recebido essa denúncia. A Prefeitura do Rio informa que nenhuma pressão a fará destinar dinheiro de publicidade à TV Globo e reafirma seu propósito de continuar trabalhando em benefício da população.”

Estadão