Suplentes de senadores que foram afastados para disputar eleição fortalecem Bolsonaro

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Gabriela Biló/ Estadão

Com o afastamento temporário de dois senadores paraibanos, o governo reforçará a base parlamentar no Senado para a votação de projetos estratégicos. Ex-ministro da Integração Nacional na gestão de Fernando Henrique Cardoso e alvo de investigações da Lava Jato, Ney Suassuna – filiado ao Republicanos – está de volta ao Senado e tomará posse nesta terça-feira, 29.

Suassuna é suplente do senador Veneziano Vital do Rêgo (PB), líder do PSB, partido que faz oposição ao governo de Jair Bolsonaro. Veneziano pediu licença de quatro meses para coordenar campanhas eleitorais na Paraíba. A mulher dele, Ana Cláudia Vital, é candidata à Prefeitura de Campina Grande.

Nos próximos meses, o Palácio do Planalto tentará aprovar no Senado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do pacto federativo, que enfrenta resistências por autorizar a redução de salários no serviço público e desvincular gastos que hoje são obrigatórios, como os da saúde e da educação. A medida depende do voto favorável de no mínimo 49 senadores. Diante desse cenário é essencial para o Planalto reforçar sua base de sustentação no Congresso.

Ao Estadão/Broadcast, Suassuna declarou que, diferentemente do titular da vaga, não será oposição ao governo e está pronto para aprovar projetos “em prol do Brasil e da Paraíba”. “Eu não sabia nem em que partido eu estava”, disse ele, que por muitos anos foi do MDB e depois chegou a entrar no PSL.

O Republicanos, partido ao qual Suassuna está filiado agora, é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. Trata-se da mesma legenda que abrigou o senador Flávio Bolsonaro (RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro, filhos do presidente Jair Bolsonaro, já que até hoje o Aliança pelo Brasil não conseguiu as assinaturas necessárias para sair do papel.

Aos 78 anos, é a terceira vez que Suassuna assume uma cadeira no Senado. “Eu respeito muito a oposição, mas não tenho partido definido. Meu partido se chama Paraíba e Brasil para o que for necessário”, afirmou.

Estadão