Guedes critica proposta do chefe de privatizar o SUS

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Foto: Ministerio da Economia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que seria uma insanidade e um contrassenso falar na privatização do Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, admitiu que o governo pensa em fazer parcerias com a inciativa privada para a conclusão de mais de 4,5 mil unidades de saúde. Explicou que, neste caso, o governo daria vouchers para que as pessoas pudessem ser atendidas.

“O SUS é uma rede descentralizada de atendimento à saúde pública. Falar sobre as privatizações seria uma insanidade”, disse Guedes, ao ser questionado sobre o assunto, ontem, em audiência da Comissão Mista da Covid-19 do Congresso. Mas, disse não ver problema em dar mais tempo para que a população e o Congresso analisem a proposta, pois a ideia foi “mal compreendida”.

O ministro afirmou que o contrassenso é claro quando se leva em conta o papel essencial desempenhado pelo SUS durante a pandemia de covid-19. Reconheceu, no entanto, que a ideia de fazer parcerias com a iniciativa privada na construção de unidades básicas de saúde e unidades de pronto atendimento passou pelo crivo do governo.

O projeto veio à tona na última quarta-feira, por meio de decreto do presidente Jair Bolsonaro, mas foi revogado no mesmo dia, após críticas de secretários de saúde, da classe política e da sociedade civil. Porém, segundo Guedes, a proposta estava em discussão no Planalto há cerca de um mês.

O ministro contou que a ideia partiu do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), cuja secretária, Martha Seillier, foi classificada por Guedes como uma funcionária pública séria, competente e trabalhadora. Segundo o ministro, ela o procurou, depois de ter conversado com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, e foi autorizada a continuar com o projeto porque há cerca de 4,5 mil unidades de saúde e 168 unidades de pronto atendimento inacabadas.

Guedes argumentou que, como não há recursos para concluir essas obras, o governo permitiria à iniciativa privada entrar com projetos para garantir a conclusão e o funcionamento dessas unidades de saúde. Concluída a obra, o governo entraria com o pagamento do atendimento da população de baixa renda. A ideia do governo seria comprar um voucher de atendimento nas unidades de saúde e entregá-los à população. “Fica mais barato para nós. Em vez de gastar fazendo a obra física, gasta em atendimento, pagando a consulta para suplementar o setor público”, explicou.

Ele argumentou que essa parceria poderia ampliar o acesso à saúde, pesando menos no Orçamento. E admitiu que, por isso, tomou um susto com a repercussão negativa do projeto.

Correio Braziliense

 

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