No Chile, aniversário dos protestos tem igrejas incendiadas
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Dezenas de milhares de chilenos se reuniram em diversas cidadesdo país, neste domingo (19), para marcar o aniversário de um ano dos protestos em massa que levaram o governo a marcar um plebiscito para mudar a Constituição nacional. Os atos se inciaram pacíficos, mas no decorrer do dia foram registrados confrontos com policiais, saques e incêndios, incluindo duas igrejas queimadas.
Mais de 30 pessoas já morreram e milhares ficaram feridas nos protetos chilenos iniciados em outubro de 2019.
O plebiscito que questionará a necessidade de se alterar a Constituição atual, que data do período de ditadura, está marcado para o próximo domingo. Muitos cartazes nos atos deste domingo pediam um voto de “sim”.
As manifestações, embora em grande parte pacíficas no início, foram marcadas por crescentes incidentes de violência, saques em supermercados e confrontos com a polícia em toda a capital no final do dia. Sirenes de caminhão de bombeiros, barricadas em chamas nas estradas e fogos de artifício nas ruas do centro aumentaram a sensação de caos em alguns bairros.
O ministro do Interior, Victor Perez, falou no final da noite, elogiando os primeiros comícios pacíficos, enquanto detonava o caos noturno. Ele pediu aos chilenos que resolvam suas diferenças votando no plebiscito constitucional de 25 de outubro.
“Aqueles que realizam esses atos de violência não querem que os chilenos resolvam nossos problemas por meios democráticos”, disse Perez a repórteres, prometendo punir aqueles que cruzaram a linha no domingo.
Durante o dia, indivíduos mascarados bombardearam uma delegaci de polícia e uma igreja em Santiago. Mais tarde, uma segunda igreja foi incendiado, deixando sua torre em chamas e sufocando as ruas laterais com fumaça.
Foram queimadas a Igreja da Assunção, nas proximidades da Praça Itália em Santiago, e a capela dos Carabineiros San Francisco de Borja.
Mais de 15 estações de metrô foram temporariamente fechadas em meio aos distúrbios. A polícia disparou gás lacrimogêneo e canhões de água em escaramuças com pessoas às vezes violentas, encapuzadas e mascaradas.
Os protestos do ano passado, que começaram em 18 de outubro, duraram até meados de dezembro, quando os chilenos se reuniram em todo o país para pedir reformas nos sistemas de pensão, saúde e educação. Rebeliões e saques resultaram em bilhões de dólares em danos e perdas para os negócios e infraestrutura do país. A agitação levou os militares às ruas pela primeira vez desde o governo do ditador Augusto Pinochet.
A polícia estimou que o comício de domingo em Santiago atraiu cerca de 25.000 pessoas até as 18h, bem menor do que os maiores protestos de 2019.
Nos últimos dias, manifestações em pequena escala e incidentes isolados de violência reapareceram no Chile, à medida que 6 milhões de cidadãos da capital emergiam de meses de confinamento após a pandemia COVID-19.
A maioria dos manifestantes no domingo usava máscaras, mas muitos puderam ser vistos em grupos apertados, levantando preocupações sobre um risco potencial à saúde.