Russomanno diz que Boulos continuará crescendo
Foto: Reprodução/ Read topics
Em queda nas pesquisas de intenção de voto na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) afirmou ontem que já era “previsível” perder apoiadores. Apesar de ter tirado o nome de Jair Bolsonaro de seu jingle, Russomanno afirmou que é uma “falácia” dizer que está se descolando da imagem do presidente e voltou a afirmar que Bolsonaro participará, sim, de sua campanha. O candidato disse ainda que o crescimento de Guilherme Boulos (Psol) era esperado porque o adversário tem unido a esquerda em torno de sua candidatura.
“Não vou mudar nada na campanha. A nossa está ótima. Nós temos pouco tempo de televisão e isso já era previsível”, disse o candidato ontem, depois de fazer uma caminhada pelo bairro de Cidade Tiradentes, na zona leste.
O candidato tem 51 segundos na propaganda eleitoral, menos do que o prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), que detém o maior tempo, com 3min29s. No entanto, Russomanno tem o tripo do tempo de Guilherme Boulos, que cresceu nas pesquisas apesar de ter só 17s.
Ao ser questionado sobre o fato de o candidato do Psol crescer mesmo com um tempo menor de TV, Russomanno disse que é “normal e previsível” o candidato do Psol crescer. “Acho que é normal porque ele tem o pessoal da esquerda que está se juntando em torno da candidatura dele. Para mim é previsível.”
Perguntando, então, se ele não tem o apoio da direita e da centro-direita, já que se mostra cono aliado de Bolsonaro, Russomanno desconversou. “Estamos tranquilos. Temos votos na periferia e que não são nem de direita nem de esquerda, é de Celso Russomanno.”
Segundo pesquisa XP- Ipespe divulgada ontem, Russomanno caiu de 27% para 22% em uma semana. Covas passou de 25% para 27% e Boulos, de 12% para 16%. Em setembro, o candidato do Psol tinha 10% das intenções de voto. Levantamento do Datafolha divulgado há uma cena mostra cenário semelhante. Russomanno caiu de 27% para 20% em duas semanas, enquanto Covas foi de 21% para 23% e Boulos, de 12% para 14%.
O candidato desconversou também sobre a alta rejeição de Bolsonaro em São Paulo, cujo governo é avaliado por quase metade da população como ruim ou péssimo. “Acho que nós definimos desde o começo a nossa campanha e o presidente Bolsonaro pode ajudar muito a gente, a trazer recursos para a campanha.”
Russomanno irritou-se ao ser questionado sobre o motivo de ter tirado o nome de Bolsonaro de seu jingle. “Não tirei, não tirei. Isso é falácia, é afirmação falsa, enganosa. Tem vários jingles. Não é verdade.”
A campanha de Russomanno tirou o nome do presidente do jingle, que antes citava três vezes Bolsonaro. Na caminhada por cerca de uma hora em Cidade Tiradentes, o jingle tocado só falava no nome de Russomanno e na proposta de criar um auxílio paulistano, mas sem nenhuma menção ao presidente Bolsonaro. “Estamos juntos, vamos continuar juntos”, disse, sobre o presidente.
Durante a caminhada, Russomanno foi questionado por ambulantes sobre o que pretende fazer em relação ao comércio informal de rua. Quase todos vendiam produtos sem nota fiscal. O candidato disse defender a apreensão de produtos contrabandeados, e afirmou que os ambulantes deverão vender produtos com nota. Caso contrário, a mercadoria será apreendida.
“Precisamos organizar os ambulantes na cidade. O que não pode é perseguir trabalhador”, disse, à imprensa. “Vamos orientá-los e fazer com que tenham produtos com nota fiscal e produtos originais. Não pode ser diferente.” O candidato afirmou que o Procon será ativo em sua gestão, caso eleito, e que atuará contra o comércio de rua com produtos sem nota fiscal. “O que não está na legalidade vai ser retirado das ruas.”
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