Russomanno sai fora de Bolsonaro à velocidade da luz

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Foto: Reprodução

Na quinta e última entrevista do projeto VEJA E VOTE com candidatos à prefeitura de São Paulo, o deputado federal Celso Russomanno, do Republicanos, divergiu do presidente Jair Bolsonaro, maior apoiador de sua campanha, a respeito da aplicação da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa SinoVac, a CoronaVac.

Aos colunistas de VEJA Augusto Nunes e Ricardo Noblat e ao repórter Ricardo Ferraz, que conduziram a sabatina, Russomanno afirmou não ver problemas na aplicação de uma vacina, seja qual for sua procedência, contanto que tenha eficácia comprovada e aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Com relação à vacina, seja ela chinesa ou qualquer outra, precisa passar pelos testes e pela Anvisa. Não vejo problema nenhum, desde que a vacina seja comprovadamente bem-sucedida, aí não teria problema nenhum em ter a vacina na cidade de São Paulo, inclusive com campanha de orientação para que as pessoas se vacinassem”, declarou o candidato. “Quanto à procedência da vacina não tenho problema nenhum, tem vários laboratórios trabalhando em relação a isso, estamos torcendo para que o mais rápido possível termos uma vacina que seja realmente eficaz”, completou.

Na última terça-feira, poucas horas depois de o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se comprometer em uma reunião com 24 governadores a investir 1,9 bilhão de reais na CoronaVac para distribuí-la pelo SUS, Bolsonaro o desautorizou. “Não compraremos a vacina da China”, afirmou o presidente, que vê na vacina chinesa como um trunfo eleitoral ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu inimigo político e pretenso candidato ao Planalto em 2022. Reportagem de capa de VEJA desta semana mostra os bastidores de como a vacina contra a Covid-19 entrou na queda de braço da política.

Embora tenha divergido de Bolsonaro sobre a aplicação da vacina, Celso Russomanno se alinhou ao discurso do presidente acerca da não obrigatoriedade da vacinação. “Não podemos fazer isso, existe na legislação, no Estatuto da Criança e do Adolescente, a obrigatoriedade de os pais conduzirem seus filhos para vacinação. Agora, a obrigação por imposição policial não é o caminho, até porque tem muita gente tem problemas inclusive religiosos e outros tipos de problema para tomar a vacina, acho e vamos fazer campanha maciça para que as pessoas tomem a vacina”, disse.

Em outro momento na entrevista, Russomanno ressaltou ser amigo de Bolsonaro desde 1995, disse esperar que a relação com o governo federal traga recursos à cidade e afirmou concordar com ele “em algumas coisas”, mas pontuou ter “opiniões próprias”.

“Quem vai governar São Paulo é o Celso Russomanno. Agora, que eu quero e preciso do apoio dele e do governo federal para isso acontecer, eu não só quero como preciso, no governo federal eu tenho dinheiro, tenho condição de renegociar dívida, tenho condição de trazer recursos para resolver o problema do Rio Pinheiros, dos seus afluentes, para acabar com todos esses mosquitos que infestam a cidade, ou seja fazer alguma coisa pela questão ambiental, ele tem dinheiro para mandar para a gente para a saúde, vamos precisar de muito dinheiro para retomar as condições normais de exames, consultas, cirurgias eletivas. Eu preciso do governo federal, conto com o governo federal, fico muito feliz dele estar me apoiando”, declarou.

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