Biden ensina esquerda brasileira a derrotar Bolsonaro
Foto: Erin Schaff/The New York Times
Independentemente dos desdobramentos judiciais da eleição norte-americana, políticos de oposição a Jair Bolsonaro enxergam nela uma lição: a saída para derrotar o presidente em 2022 passa pela construção de uma frente encabeçada por nome minimamente palatável no centro, na esquerda e na direita. A apertada votação nos EUA teve, entre vários aspectos, característica de plebiscito sobre o governo Donald Trump, e Joe Biden acabou favorecido, atraindo eleitores que até torciam o nariz para o democrata, mas rejeitam acima de tudo o republicano.
“Os democratas tiveram a sabedoria de escolher o candidato que mais tinha chances de vencer, não o que mais empolgava o partido. Para derrotar o atraso, isso é fundamental”, analisa o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ).
“Se não fosse essa união de Bernie Sanders, de toda a esquerda em torno deles (Joe Biden e Kamala Harris), o Trump levaria de lavada a eleição”, diz Flávio Dino, governador do Maranhão (PCdoB).
Outra lição, segundo essas lideranças: assim como Trump, quanto mais Bolsonaro for radical, mais isolado ficará.
Claro que a pergunta de um milhão de dólares continua sendo: quem será o Biden tupiniquim?
Enquanto isso, Bia Kicis (PSL-DF) defende a continuidade (e intensificação) da pauta conservadora diante de uma provável derrota de Donald Trump.