Butão é o país mais feliz do mundo, diz pesquisa

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FOTO: Reprodução/ Estadão

Eu estava na janela do avião que contornava a cordilheira himalaia quando me apaixonei pelo Butão. Em poucos minutos aterrissaria na Terra do Dragão, um reino protegido por sua geografia e por suas decisões políticas. Logo compreenderia: o Butão não é destino de turistas, mas de peregrinos.

Ninguém desce de um Druk Air, a companhia aérea nacional, e segue desatento para o saguão do aeroporto. Eu e dezenas de passageiros ficamos estáticos entre as únicas duas aeronaves no pátio. Ao nosso redor, uma natureza avassaladora. Eu era só reverência enquanto pedia permissão às montanhas para ingressar naquela experiência. Em resposta o Butão me abraçou.

Vencido o impacto visual de um país com mais de 60% do território cobertos por florestas, a paisagem dá lugar a outra beleza natural, a humana. A humildade dos butaneses engana os distraídos. Com um olhar sensível se vê o mais elevado nível de sofisticação, aquele que se estabelece em meio à simplicidade. E seu povo é culto, muito culto. Conheci mais mestres e doutores no Butão que no Brasil, sem que nenhum deles jamais precisasse apresentar suas credenciais. Há pouco tempo descobri que um amigo butanês, Karma Wangdi, é autor de um dos livros de referência para meu trabalho, sobre Felicidade Interna Bruta (FIB). Primeiro aprendizado: feliz aquele que compreende a nobreza da humildade.

Conta um dos principais intelectuais do país que um de seus desafios foi obter a carta de referência de um de seus professores locais para ingresso em Oxford. O professor pediu que o candidato escrevesse a carta e levasse para que ele assinasse. Se valorizasse seus atributos teria seu comportamento repreendido. Se não ressaltasse suas qualidades não conseguiria a vaga. Foi pelo caminho do meio que conseguiu equacionar a questão, tornando-se o primeiro butanês com doutorado pela prestigiada universidade inglesa.

O rapaz da história é o Dr. Karma Phuntsho, ex-monge, escritor e presidente de uma organização não governamental de fomento ao empreendedorismo, com sede na capital, Thimpu. Seu propósito é conciliar o inconciliável para muitos: negócios e espiritualidade. Para a solução de problemas inerentes aos jovens empreendedores que apoia, ele cita o Nobre Caminho Óctuplo, um dos ensinamentos de Buda: “Todo desafio se resolve com entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta”. Segundo aprendizado: feliz aquele cujo trabalho é a manifestação dos seus valores e virtudes.

O Butão é mesmo o avesso do ocidente e até mesmo de países asiáticos vencidos pela colonização cultural. Basta imaginar o abismo que o separa do Nepal, embora Catmandu e Paro estejam a menos de uma hora de voo. Existe no Butão uma vontade política de preservação do que realmente importa na vida: sustentabilidade econômica, promoção da cultura, preservação do meio ambiente e boa governança.

E foi com base nisso que recusaram ingressar na Organização Mundial do Comércio. Ao perguntar a um pequeno agricultor do Vale de Haa o que é felicidade, confirmei o que já vinha identificando em estudos e pesquisas de campo: “É viver em uma comunidade resiliente, onde todos se apoiam mutuamente”. Mas, e um sonho pessoal?, provoquei. “Tenho mais do que preciso”, respondeu com o aval da esposa, que havia acabado de ordenhar a única vaca do casal. À nossa volta, corria um dos netos. Terceiro aprendizado: feliz aquele que segue valorizando aquilo que já possui.

Esses ensinamentos regem o II Simpósio de Felicidade Interna Bruta desenvolvido pelo Instituto Feliciência. O Simpósio será realizado de forma online, nos dias 20 e 21 de novembro, com participações importantes de profissionais dos Estados Unidos, Butão, Holanda, Portugal e Austrália. Serão dois dias de imersão para entender as diretrizes da Felicidade Interna Bruta e como ela pode ser aplicada ao desenvolvimento de empresas e cargos de gestão.

Estadão

 

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