Eleição de militares tem forte queda

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Foto: Reprodução/ Internet

Embora a eleição de 2020 tenha registrado um número recorde de candidaturas de militares, o resultado das urnas mostra que eles não tiveram tanto sucesso quanto em 2016. Dados compilados pelo G1 na base do Tribunal Superior Eleitoral mostram que o número de eleitos, entre vereadores e prefeitos, caiu de 693 para 623 no país, uma redução de 10,1%.

Se forem levados em conta apenas os vereadores, a queda é de 11% no total de oriundos das carreiras militares – passou de 660 para 587.

Com relação aos prefeitos, houve um ligeiro aumento. Há quatro anos, 33 deles conseguiram chegar ao Executivo municipal. Neste ano, são 36. Mas o contingente é baixo se comparado ao total de candidatos que tentaram conquistar uma prefeitura: 387.

Para a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, a segurança pública tem estado entre os três principais temas que mais preocupam a população há anos, o que impulsiona a candidatura de policiais, tidos como legítimos para tratar do assunto.

“No entanto, após a onda mais à direita de 2018 – o que coincide em grande parte com o discurso feito pelos candidatos das forças de segurança – essa eleição parece indicar um movimento rumo ao centro”, afirma Samira Bueno.
Para fazer o comparativo, o G1 considerou as informações sobre a ocupação dos candidatos enviadas ao TSE. Ou seja, entram na conta todos aqueles que se identificaram como policial militar ou civil, bombeiro militar, membro das Forças Armadas e militar reformado.

No total, 587 candidatos a vereador que se apresentam como oriundos das forças de segurança foram eleitos neste ano. Eram 5.968 na disputa. Em 2016, foram eleitos 660.

O estado com o maior número de candidatos que conseguiram se eleger foi São Paulo (89). Na sequência, aparecem Minas Gerais (75), Paraná (39) e Rio Grande do Sul. No Rio de Janeiro, base eleitoral do presidente Jair Bolsonaro, 38 candidatos foram eleitos.

São Paulo também lidera a lista com mais prefeitos eleitos e que são oriundos das forças de segurança: 8. Em seguida estão os estados de Goiás e Minas Gerais, com quatro prefeitos eleitos cada um.

O recorte por partido mostra que o PSD foi o que mais elegeu vereadores das forças de segurança. No total, foram 72 eleitos para ocupar uma cadeira nas câmaras municipais. Em segundo lugar aparece o MDB, com 69, seguido pelo PP (61).

O PSL, partido que mais lançou candidatos militares, porém, conseguiu eleger apenas 34 vereadores militares. E o Republicanos, segundo com mais candidatos, só aparece na quinta posição (com 36 eleitos).

“Os dados reforçam essa sensação de um movimento para o centro, já que boa parte das candidaturas de policiais era de partidos de direita. E os partidos do Centrão parecem ser os grandes vencedores desta eleição”, diz Samira.

Entre os 36 prefeitos oriundos das forças armadas, cinco são do PP. Eles foram eleitos nos municípios de Cachoeira de Goiás (Goiás), Costa Rica (Mato Grosso do Sul), Cajazeiras do Piauí e Pau D´Arco do Piauí, ambos do estado do Piauí, e Itaquaquecetuba, em São Paulo.

Na segunda posição com mais prefeitos oriundos das forças de segurança aparece o Podemos, com quatro eleitos, nos estados da Paraíba, Paraná, Rondônia e São Paulo. O Cidadania elegeu três prefeitos militares, nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Como o G1 mostrou, esta eleição teve um recorde no número de candidaturas de militares, no comparativo com as últimas quatro eleições municipais.

No início da série, em 2004, os candidatos militares somaram 5.856. Já em 2020, o total chegou a 6.755. O maior aumento no período foi de candidatos que se identificaram como militares reformados. Em 2004, mais de 1,2 mil tentaram uma vaga de vereador ou de prefeito. Neste ano, o número subiu para 1, 7 mil.

Na eleição deste ano, o partido que mais lançou candidaturas de militares foi o PSL, com 649 inscritos. Em seguida aparecem Republicanos (433), PSD (422) e MDB (402). Apesar de registrar mais candidatos militares, o PSL elegeu apenas três prefeitos oriundos das forças de segurança: em Planaltina (Goiás), Douradina (Paraná) e Rincão (São Paulo).

Especialistas criticam o aumento das candidaturas de militares. Segundo eles, a atuação de militares na política costuma confundir os papeis que eles terão que desempenhar uma vez eleitos. O diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio Lima, diz que candidatos militares tendem a sustentar mais o discurso de “lei e ordem”, e não políticas efetivas no campo da segurança.

G1

 

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