Em Recife, conservadores apoiam PT no 2o turno

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Foto: Reprodução

Disputando voto a voto com o primo João Campos (PSB) pela Prefeitura do Recife, a petista Marília Arraes partiu em ofensiva pelo eleitor conservador na capital pernambucana. A candidata fechou o apoio do ex-ministro Armando Monteiro (PTB), que estava com o seu adversário Mendonça Filho (DEM) no primeiro turno, e do Podemos, partido da candidata Delegada Patrícia, nome defendido pelo presidente Jair Bolsonaro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que não deve ir ao Recife participar da campanha, o que poderia provocar a direita e empurrar o eleitor para Campos. Pelo Twitter, Lula disse que estava com “saudades do Recife” e quer voltar à cidade “na posse” de Marília Arraes.

Anderson Ferreira (PL), prefeito reeleito em Jaboatão dos Guararapes, município vizinho ao Recife, também se aliou à petista. Irmão do deputado André Ferreira (PSC), um dos campeões de voto no Estado em 2018, ele estava com Mendonça no primeiro turno.

O pragmatismo de Marília causou desconforto na ala do PT local ligada ao senador Humberto Costa, que defendeu abertamente que o partido estivesse na coligação de João Campos (PSB), na fase de definição das candidaturas. Em conversa com o Valor, Costa disse que preferia “não comentar” os novos apoios angariados por Marília, mas que está ao lado dela pela vitória. “Pela importância que o PSB dá a vitória no Recife, dificilmente a relação com PT, em nível nacional, não sairá arranhada”, disse, em tom de lamento.

No primeiro turno, Marília teve 27,95% dos votos, contra 29,17% do primo, contrariando todas as pesquisas que apontavam folga maior para Campos. Abertamente, a Delegada Patrícia não pedirá votos para ninguém. “Respeito a decisão do partido e o partido, a minha”, disse, em suas redes sociais.

Neófita na política, a Delegada Patrícia encerrou o primeiro com 14% dos votos válidos, em quarto lugar. Mendonça Filho, que ficou em terceiro, com 25,11%, também ficará formalmente sem candidatos. Nos bastidores, comenta-se que o ex-ministro, poderá liberar suas bases na periferia da zona sul do Recife.

O deputado Daniel Coelho (Cidadania), que coordenou a campanha da Delegada Patrícia no primeiro turno, disse que o Cidadania ainda está fazendo um debate interno, mas não descartou a possibilidade de uma “declaracão de voto crítico”. Numa avaliação preliminar, disse, a posição majoritária do Cidadania é por uma neutralidade, pois pesa o fato de ambos os primos serem contra o marco do saneamento, pauta defendida por Coelho, que tem um discurso liberal. “Vamos avaliar o que é melhor para a cidade, sem prazo”.

Quando Bolsonaro declarou voto na Delegada, a uma semana da votação, o presidente do Cidadania, o ex-deputado Roberto Freire, emitiu nota retirando formalmente o apoio à candidata, que até então fazia uma campanha sem apadrinhamento, com discurso anticorrupção. Coelho, no entanto, manteve-se na campanha. “Meu apoio foi à Patrícia e não ao presidente Jair Bolsonaro”, afirmou.

Em Pernambuco, Coelho é um dos maiores opositores à hegemonia do PSB, assim como Armando Monteiro, que perdeu duas eleições consecutivas para o governador para Paulo Câmara (PSB). “Estou dando um crédito de confiança de que Marília vai adotar um discurso para além dos limites ideológicos do seu partido, dialogando com setor produtivo”, disse Monteiro, ao Valor.

Para Monteiro, a eleição no segundo turno no Recife tornou-se “plebiscitária”, de sim ou não ao PSB. O ex-ministro disse que Marília tem um perfil mais aberto ao diálogo do que segmentos mais sectários no PT. Marília não é um quadro orgânico do partido – ela, que era do PSB, se filiou ao PT em 2016, dois anos após desentendimentos com João Campos e o pai dele, o governador Eduardo Campos, morto em 2014.

“Essa é a oportunidade do PT deixar de ser linha auxiliar do PSB em Pernambuco”, disse Monteiro. Ele destacou que apoio à Marília é pessoal e não do seu partido.

Marília tentou, na largada da disputa, fazer uma campanha pouco petista. Praticamente não usava vermelho e substituiu a estrela do PT por um coração. Além disso, defendeu o armamento da guarda municipal, proposta que também constou no programa da Delegada Patrícia.

No entanto, a direção nacional do PT pressionou a candidata a fazer defesa aberta do ex-presidente Lula e Marília foi obrigada a mudar o tom. Agora, tende a moderar o discurso novamente.

Nem Armando Monteiro, ex-ministro de Dilma, tampouco Daniel Coelho são bolsonaristas. Em Pernambuco, o Podemos partido é comandado pelo deputado Ricardo Teobaldo e, nacionalmente, tem parlamentares lava-jatistas e da base do governo.

O Podemos disse que fez oposição ao PSB no primeiro turno e essa posição está representada “de forma muito clara” na candidatura de Marília Arraes.

Valor Econômico

 

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