França e Grécia fecham países por 2a onda

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Foto: Joel Saget / AFP

Uma semana após o governo francês decretar uma nova quarentena, novas restrições foram anunciadas na capital, Paris, nesta quinta-feira. No mesmo dia, a Grécia determinou uma quarentena nacional de três semanas.

No caso da capital francesa, estabelecimentos que vendem comida e bebida para viagem precisarão fechar às 22h, disse a prefeita Anne Hidalgo em entrevista à emissora BFM TV.

A atual quarentena na França é diferente da imposta em abril. Agora, a maioria das escolas continua aberta, a realização de funerais não foi proibida e os serviços públicos continuam funcionando.

A saída de casa também é permitida para uma hora diária de exercício, compra de bens essenciais e atendimento médico. Cidadãos cujos empregadores considerarem impossível o trabalho remoto também são autorizados a trabalhar fora de casa.

Apesar da quarentena, no entanto, autoridades francesas acreditam que mais medidas devem ser consideradas em Paris por causa do grande número de pessoas nas ruas da capital.

Uma fonte do governo disse à agência Reuters esta semana que “festas clandestinas, raves e jantares privados” estavam ocorrendo e que mais medidas eram necessárias.

— Quando há pessoas que não seguem as regras do jogo e, portanto, estão colocando em risco a saúde de um grande número de pessoas, é preciso pôr em prática novas restrições — disse a prefeita Anne Hidalgo.

Na quarta-feira, foram relatados na França 40.558 casos de Covid-19 e 385 mortes, elevando o número total de contaminações para cerca de 1,5 milhão e de óbitos para 38.674.

Já a Grécia determinou uma nova quarentena nacional de três semanas nesta quinta-feira por causa do aumento no número de casos de Covid-19.

— Decidi tomar medidas drásticas mais cedo — afirmou o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis.

O premier afirmara anteriormente que uma quarentena nacional era a última opção, mas disse que foi forçado a agir após o crescimento de infecções nos últimos cinco dias, alegando que sem um bloqueio a pressão sobre o sistema de saúde seria “insuportável”.

De acordo com as novas restrições em todo o país, que entrarão em vigor a partir de sábado, todas as lojas de varejo serão fechadas, com exceção de supermercados e farmácias. Para sair de casa, os gregos precisarão de uma licença em horários determinados.

Escolas primárias permanecerão abertas, mas as aulas para os jovens a partir da segunda metade do ensino fundamental passarão a ser remotas.

Na primeira onda de Covid-19, a Grécia foi menos afetada do que muitos outros países europeus, principalmente por causa do bloqueio nacional imposto na época. No entanto, o ressurgimento do víros foi “particularmente agressivo”, segundo o principal assessor científico do governo, Sotiris Tsiodras.

Foram registradas 2.646 novas infecções nesta quarta-feira na Grécia, a maior quantidade diária desde o início da pandemia, elevando o número total para 46.892. Até o momento, 673 pessoas morreram por causa da Covid-19 no país.

Na Noruega, o governo determinou que bares devem fechar até meia-noite e pediu aos cidadãos que fiquem em casa o máximo possível e reduzam as interações sociais. Na semana passada, o país já havia aumentado as restrições relativas a reuniões e à entrada de trabalhadores estrangeiros no país por causa do aumento de casos de Covid-19.

— A situação é muito séria, e não temos tempo para esperar e ver se as medidas que introduzimos na semana passada são suficientes — disse a primeira-ministra Erna Solberg nesta quinta-feira.

Foram registrados 3.118 novos casos de Covid-19 na semana passada, em comparação a 1.718 na semana anterior. Desde o início da pandemia, a Noruega teve 22.953 infecções e 284 mortes.

Nesta quinta-feira, uma nova quarentena foi iniciada na Inglaterra. Bares, restaurantes e estabelecimentos essenciais terão que fechar sob a nova regulamentação, e as pessoas devem ficar em casa, com algumas exceções referentes a casos de educação, saúde e trabalho. As escolas permanecerão abertas.

A intenção do novo bloqueio é achatar a curva epidemiológica que, com a segunda onda da doença, atinge recordes de casos diários no país e na Europa. O Reino Unido, que tem o maior número de óbitos no continente — 47 mil já morreram pela doença desde o início da pandemia — já soma mais de 1,1 milhão de casos da Covid-19.

As novas restrições, no entanto, valem apenas para a Inglaterra. Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte têm suas próprias medidas restritivas.

Já a Itália, a partir desta sexta-feira, será dividida em trêz zonas — vermelha, laranja e amarela — de acordo com a intensidade da pandemia. Entre as restrições, estão uma quarentena parcial de sua região mais rica e populosa, a Lombardia, ao redor de Milão, capital financeira do país, e um toque de recolher nacional entre 22h e 5h.

A divisão das zonas depende de uma série de fatores, incluindo taxas de infecção local e ocupação hospitalar, com restrições ajustadas de acordo com cada região. Nas zonas vermelhas, como a Lombardia, as pessoas só poderão deixar suas casas para trabalhar, por motivos de saúde ou em razão de emergências, e bares, restaurantes e a maioria das lojas estarão fechados.

O ensino presencial será mantido, com exceção das aulas do ensino médio, dos dois anos finais do ensino fundamental e das universidades, que serão transferidas para o modelo remoto. No entanto, ao contrário da quarentena nacional aplicada na Itália durante a primavera no Hemisfério Norte, todas as fábricas permanecerão abertas.

O Globo