Morgan Freeman agora crê no racismo

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Foto: Reprodução

Hoje é Dia da Consciência Negra.

Hoje, também, é dia de brasileiros supremacistas citarem Morgan Freeman nas redes sociais.

Em 2012, o ator negro estadunidense esteve no prestigiado programa “60 minutes”. Ao ser perguntado sobre “como acabar com a racismo”, Freeman disse que bastava apenas pararmos de falarmos nele.

Para Freeman, bastava que “nós parássemos de dividir as pessoas por cores, preto, branco, amarelo…”.

Imediatamente a esquerda ficou enfurecida.

E a direita comemorou.

Para a esquerda, há raça, há racismo, e “vidas negras importam”.

Para a direita, não há raça não há racismo, e “todas as vidas importam”.

Enquanto a definitiva maioria das pessoas assassinadas no mundo ocidental é de negros.

Em junho último, 2020, Freeman mudou de ideia. Aderiu ao movimento Black Lives Matter e começou a usar suas redes sociais para dar corpo a um projeto. Que seus seguidores negros contassem suas histórias de racismo sofrido.

Foi imediatamente cancelado pela direita. “Traidor! Vendido! Globalista! Seguidor de George Soros!”, está escrito nos comentários de suas postagens.

Ainda mais tosca e desinformada do que a estadunidense, a direita supremacista brasileira ainda não descobriu a mudança de opinião de Morgan Freeman, motivada por… fatos.

João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, homem negro, foi assassinado há algumas horas por dois homens brancos, seguranças do Carrefour, em Porto Alegre.

Sua história foi postada há pouco, em inglês, por uma negra brasileira, nas redes de Morgan Freeman. Mais uma tragédia do racismo para o acervo global que o ator vem constituindo.

Tem sangue negro nas mãos todos os que compartilham a antiga e irreponsável fala do ator. Quando seus argumentos ainda não haviam sido vencidos pelos fatos.

Quem compartilha é cúmplice. É criminoso. Continua espancando João Alberto Silveira Freitas, mesmo depois de morto.

E a maioria que o faz, procure nas redes, são de brasileiros brancos.

A luta antirracista é uma luta contra o racismo na direita e na esquerda.

Nesse caso, sim, cabe uma frase do tipo “todos os racismos importam”.

Mas a pergunta que fica é: por qual motivo há, no Brasil, neste dia, neste exato momento, mais pessoas, de todas as cores, compartilhando em redes sociais a fala da qual Morgan Freeman já se arrependeu, do que pessoas, também de todas as cores, na frente do supermercado Carrefour onde João Alberto foi assassinado?

O que fica, para quem tem consciência, é a revolta, a insônia, o entojo.

O que fica é a consciência dos fatos.

O que fica é a consciência do que perdura.

E o que perdura é a permanência da dureza.

Folha  

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