Moro, Ciro, Huck e Maia tentam impedir polarização em 2022

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Foto: Arquivo O GLOBO

A menos de uma semana do primeiro turno das eleições municipais, que começarão a desenhar o xadrez das alianças para 2022, nomes cotados como possíveis presidenciáveis daqui a dois anos, como o apresentador Luciano Huck e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), fizeram movimentos para tentar driblar a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o PT, do ex-presidente Lula.

Após ter seu encontro com o ex-juiz Sergio Moro revelado no fim de semana, Huck esteve num almoço no Rio de Janeiro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O apresentador foi um dos nomes sugeridos por Moro, em entrevista ao GLOBO, como bons candidatos de centro para a próxima disputa presidencial. Lideranças de partidos de esquerda reagiram e vetaram qualquer possibilidade de aliança com o ex-ministro. Ao entrar no debate eleitoral, Moro também recebeu críticas de Maia e do governo, através do ministro Fábio Faria.

Segundo o colunista Lauro Jardim, Luciano Huck sinalizou a um interlocutor, durante o almoço com Maia, que “minha turma a essa aqui”, referindo-se ao presidente da Câmara. Maia já deixou claro que nunca apoiaria uma chapa em 2022 que juntasse Huck e Moro — na sua avaliação, o ex-juiz é um candidato de extrema-direita, e não de centro. No almoço, Huck deu sua versão para o almoço em Curitiba:

— Conversei com o Moro, assim como já estive com o Flavio Dino e o Eduardo Leite. Esse é um momento para se conversar — disse.

Na entrevista ao GLOBO, Moro evitou citar o próprio nome entre os possíveis presidenciáveis e falou no ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o ex-candidato do Partido Novo, João Amoêdo. O ex-juiz incluiu na lista ainda o atual vice-presidente Hamilton Mourão.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, usou seu perfil no Twitter para responder o ex-ministro da Justiça.

— Não basta trair no governo, trair na saída, tem que continuar flertando com a traição. É um triplo mortal carpado! — escreveu Faria.

A irritação do ministro das Comunicações foi motivada pelo fato de Mourão ter sido lembrado. O flerte de Moro foi interpretado como uma nova tentativa de traição — o ex-ministro saiu do governo acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal para proteger seus filhos e aliados. Na noite de ontem, o vice-presidente, questionado pelo GLOBO, limitou-se a responder que é vice de Jair Bolsonaro. “Sou vice de Bolsonaro, apenas isso”, escreveu Mourão, em mensagem de texto.

À esquerda, a aproximação do ex-juiz com Huck e sua tentativa de se posicionar como nome de centro no espectro político também provocou reações. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, classificou uma possível chapa Huck-Moro como “a junção da Lata Velha com a Lava-Jato e Paulo Guedes”. A hashtag #latavelha ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter. O ex-presidente Lula também criticou a união no seu perfil no Twitter, disse que era mais um movimento para impedir o retorno do PT e ainda criticou a demora no julgamento do seu pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) falou, ontem, pela primeira vez sobre seu encontro com o ex-presidente Lula, realizado no início de setembro e revelado pelo GLOBO há duas semanas. O pedetista disse que “lavou a roupa suja” com Lula, no primeiro encontro dos dois após uma série de ataques desde a campanha de 2018. Ciro afirmou, no entanto, que os dois não mudaram de opinião em relação a temas da política nacional, e indicou que é muito improvável uma candidatura conjunta das siglas ainda no primeiro turno em 2022. O pedetista participou, em São Paulo, de um ato de apoio a Márcio França (PSB), aliado do partido na disputa pela capital paulista, junto com candidatos a vereador do PDT.

— Tivemos uma conversa muito franca mesmo. Para usar uma expressão popular: lavamos a roupa suja para valer. Sobre o ponto de vista das compreensões da questão brasileira para trás e para frente continuamos como estávamos. Mas a mim me agrada que a gente faça essa política conversando — afirmou ele, complementando que há uma “disputa de hegemonia” no país.

— Eu quero que essa hegemonia seja arbitrada pelo conjunto da sociedade brasileira, não em gabinetes, jogadinhas, donos da bola, culto à personalidade. Sobre isso, continuo com a mesma opinião — disse.

Em sua fala, Ciro fez referências às eleições americanas e apontou a necessidade de construção de um campo mais moderado contra Jair Bolsonaro. Apesar de confirmar a aproximação com Lula, apontou que as eleições municipais se encaminham para uma derrota do “bolsonarismo boçal” e do “lulopetismo corrompido”. Na sua avaliação, o eleitorado está “banindo esses dois extremos”.

O ex-ministro também criticou o rótulo de centro para Moro e outros citados pelo ex-juiz na entrevista.

— O que eu vejo é que a fraude que campeia no Brasil não cede espaço. No dia que Doria, Huck e Moro forem de centro, eu sou de ultraesquerda — afirmou Ciro, para quem Moro cometeu uma “lesão ética” ao integrar o governo Bolsonaro.

O Globo 

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