Bolsonaro teme que Maia siga presidente da Câmara

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Foto: Jorge William | Agência O Globo

O governo vê na possibilidade de reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) uma ameaça às chances de prosperar sua agenda no Congresso. Mas o sentimento no Palácio do Planalto e na Esplanada é que ele entrará forte na disputa, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) abra caminho para que ele possa concorrer em julgamento marcado para começar na sexta-feira.

Na opinião de um auxiliar de Bolsonaro ouvido pelo Valor, a força de Maia vem do fato de que ele “terá a máquina na mão” na disputa, além do apoio de boa parte da esquerda. Embora o PT, maior bancada da Câmara, tenha se manifestado nesta semana oficialmente contra a reeleição de Maia, seus deputados tendem a apoiá-lo em um eventual segundo turno, na disputa contra o candidato preferido de Bolsonaro, o deputado Arthur Lira (PP-AL).

Há dúvidas no núcleo político do governo sobre se Maia conseguirá se viabilizar dentro de seu grupo. Deputados como Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Marcelo Ramos (PL-BA), Baleia Rossi (MDB-SP) e Fábio Trad (PSD-MS) estariam “cansados de apoiar e agora querem apoio”, nas palavras de uma fonte graduada pela reportagem.

Bolsonaro espera que Lira toque tanto a agenda econômica do governo quanto a pauta de costumes, cara ao núcleo duro de seu eleitorado. Na visão do presidente, ambas as agendas vêm sendo barradas por Maia por compromissos assumidos com partidos de esquerda na sua última reeleição, em 2019.

A alta fonte do governo diz acreditar que a privatização de empresas como os Correios e a Eletrobrás não sairão do papel caso Maia ou alguém de seu grupo saia vitorioso na eleição, que ocorrerá em fevereiro.

Também há ressalvas quanto à reforma tributária proposta pelo deputado fluminense, para cuja aprovação Maia diz já ter os 320 votos necessários. Pelos cálculos do governo, se isso for verdade, significa que o texto tem o apoio de PT, PCdoB, PDT e PSB.

O Planalto acredita ter os votos necessários para aprovar projetos liberalizantes e privatizações. O grande obstáculo a ser vencido é a resistência de Maia. O presidente da Câmara tem a prerrogativa de pautar para votação ou deixar projetos esperando na gaveta.

“Nós teremos em 2021 um ano que vai definir se seremos liberais na economia ou totalmente estatizante”, disse uma fonte.

Maia tem um histórico liberal. Porém, com a presidência da Câmara em jogo, tende a fazer novos gestos à esquerda, sempre na avaliação de fontes do governo. Entretanto, ministros e deputados ouvidos pelo Valor também têm dúvidas sobre se Lira conseguirá tocar a pauta bolsonarista, já que também precisará dos votos esquerdistas para vencer.

Ontem, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), destacou que a pauta informada pelo governo segue o projeto de lei da cabotagem e a medida provisória da Casa Verde e Amarela. E deixou de fora a reforma tributária. Ele reuniu os líderes dos partidos governistas e independentes para discutir a agenda de votações.

No Twitter, o líder disse que a “pauta do governo está anunciada” e republicou um comentário de duas semanas atrás, quando se encontrou com Bolsonaro e destacou que seriam votados esses dois projetos, mais duas propostas de socorro as finanças dos Estados e a autonomia do Banco Central.

Na época, Barros afirmou que as propostas da PEC Emergencial, de corte de gastos, e para a reforma tributária seriam apresentadas após o fim das eleições. Mas o governo não se pronunciou novamente sobre esses projetos.

Na reunião de ontem, segundo líderes presentes, Barros disse que o governo “está disposto a votar” a reforma tributária este ano se houver apoio suficiente. Mas não deu mais detalhes sobre qual a estratégia e nem se o governo divulgará as propostas para tributação da renda e desoneração da folha de salários que seriam divulgadas, mas foram suspensas por causa do calendário eleitoral.

Valor Econômico

 

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