Congressistas têm pior resultado em eleições municipais

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Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Nunca antes tão poucos congressistas disputaram as eleições municipais – e nunca antes o número de vitoriosos entre eles foi tão baixo. Dos 67 deputados e dois senadores que foram à urnas em 2020, apenas 12 (17,3%) foram eleitos – sendo 9 prefeitos e 3 vice-prefeitos.

Paradoxalmente, aumentou o número de parlamentares federais que conquistaram capitais. João Campos (PSB), no Recife (PE); Edmilson Rodrigues (Psol), em Belém (PA); Eduardo Braide (Podemos), em São Luís (MA); e João Henrique Caldas (PSB), em Maceió (AL). Em 2016 apenas Nelson Marchezan Jr. (PSDB) havia vencido em uma capital, Porto Alegre (RS).

Lançar congressistas à disputa municipal sempre foi considerada uma estratégia boa e de baixo risco pelos partidos – afinal, quem perde tem direito de voltar à cadeira que já ocupava. Mas vem dando cada vez menos certo, como mostra levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Em 1996, um a cada três parlamentares federais que resolveu ir para o pleito municipal (33,8%) teve sucesso. Este percentual variou ao longo dos anos, mas esta é a primeira vez em que a taxa de sucesso está abaixo de 20% dos postulantes.

O desempenho dos congressistas confirmou a tendência do eleitor de buscar “segurança” em 2020. Dos nove parlamentares eleitos a prefeituras, sete já estão pelo menos no segundo mandato de deputado federal, sendo que três são ex-prefeitos e outros três já haviam disputado a prefeitura – ou seja, eram nomes conhecidos do eleitorado.

Os únicos dois novatos na Câmara que foram bem sucedidos na disputa municipal são, na verdade, filhos de políticos consagrados. João Campos (PSB), eleito no Recife (PE), é o primogênito de Eduardo Campos, governador pernambucano morto em 2014.

Outro ex-governador e pai de candidato é Anthony Garotinho, cujo filho, Wladimir Garotinho (PSD) foi eleito em Campos dos Goytacazes (RJ). A candidatura, contudo, está “sub judice”. O vice de Wladimir, Frederico Paes (MDB), teve sua candidatura impugnada por irregularidades no prazo de desincompatibilização. Se a decisão for confirmada, pode custar a cassação também de Wladimir Garotinho e a cidade terá de realizar novas eleições para prefeito.

Para o analista político Neuriberg Dias, “quem tentou ler esta eleição de 2020 como se fosse 2018, se deu mal. Com a pandemia, cenário incerto o eleitor foi em quem conhecia”, aponta. Dos 57 deputados e senadores novatos que tentaram usar o Congresso como “trampolim” para a eleição municipal, 35 foram derrotados – 28 já no primeiro turno.

Um exemplo desse fracasso foi o PSL, em que sete deputados disputaram as prefeituras. Um teve a candidatura impugnada e seis perderam ainda no primeiro turno – caso, por exemplo, de Joice Hasselmann, eleita deputada federal em 2018 com mais de 1 milhão de votos em São Paulo, sendo 289,4 mil só na capital. Agora, fez 98,3 mil votos como candidata a prefeita, ou 1,84% dos votos válidos.

“Foi uma eleição de garantir espaços no âmbito local. O ambiente da pandemia, sem campanha na rua, exigiu candidatos mais conhecidos. Isso ajudou na eleição de figuras fáceis, ex-prefeitos, ou outros que já foram candidatos várias vezes”, avalia Dias. “Foi uma estratégia dos partidos priorizar candidaturas competitivas, visando tanto puxar votos para as Câmaras locais. Tudo isso entra no cálculo para 2022”.

Também decepcionante foi o desempenho dos dois senadores que se candidataram a prefeito. Mesmo tendo assumido a cadeira apenas em 2019, por ocasião da eleição da então senadora Fátima Bezerra ao governo do Rio Grande do Norte, Jean-Paul Prates (PT) decidiu concorrer à Prefeitura de Natal. Sob o nome de “Senador Jean”, fez 14,3% e viu o atual prefeito, Álvaro Dias (PSDB), vencer o pleito ainda no primeiro turno.

Já Vanderlan Cardoso (PSD) disputou em Goiânia (GO), mas foi superado no segundo turno por Maguito Vilela (MDB), que praticamente não fez campanha, por estar internado desde outubro por complicações com a covid-19.

Valor Econômico

 

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