Maia se finge de morto de olho no STF
Foto: LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Partidos de oposição têm procurado manter distância regulamentar de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e estão deixando o cenário um tanto nebuloso para uma eventual candidatura do presidente da Câmara à reeleição. De acordo com seus aliados, ele tem emitido sinais internos de que não deverá entrar na disputa. Enquanto isso, espera a decisão do Supremo. O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), avalia que, se Maia optar por não ser candidato, mesmo com aval do STF, sairá fortalecido no processo e o nome apoiado por ele partirá na dianteira.
Interlocutores do presidente da Câmara afirmam que Maia temia uma decisão desfavorável do STF porque não queria levar um veto da Corte.
Pegaria muito mal neste momento. Por isso, Maia quer ter o direito de ser candidato, mesmo que decida não concorrer.
No entorno de Maia, entretanto, muita gente boa faz leitura realista: se o STF autorizar a reeleição dos presidentes das Casas, Maia será automaticamente empurrado para a disputa, querendo ou não. Por ora, uma certeza: para a sociedade, o timing dessa questão foi o pior possível.
Questionado pela Coluna, o presidente da Câmara negou ter conversado com partidos de oposição sobre uma eventual candidatura e afirmou que suas declarações, neste momento, no sentido de não querer disputar a reeleição, nada têm a ver com o julgamento do STF.
Em reunião com o grupo de deputados que concorrem pelo apoio de Maia na eleição da Câmara, caso ele não dispute, chegou-se a um método para a escolha do nome final: quem conseguir atrair mais partidos para o seu lado, ganha mais pontos.
O desgaste pela revelação, pelo Estadão, de que Arthur Lira (PP-AL) esteve à frente de um esquema de “rachadinha” mobilizou aliados dele que agiram rápido para tentar estancar a sangria.
Eles avaliam que sua situação na corrida pelo comando da Câmara ficou difícil, mas não impossível. A bola do jogo ainda está rolando, afirmam.
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