Quase metade dos paulistanos não votou

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Foto: Reprodução/ Gazeta do Povo

Ao anunciar o retorno de algumas regiões do Estado, a capital inclusive, para a fase amarela de controle da covid-19, com restrição do horário de funcionamento de comércio e serviços, o governador João Doria jogou luzes sobre o fenômeno eleitoral deste domingo, a alienação eleitoral.

Se somados os eleitores que deixaram de votar àqueles que optaram pelo voto em branco ou nulo nas urnas, chega-se a 3.649.475 eleitores, ou 40% do eleitorado paulistano. Isso equivale a 480 mil votos a mais do que o vencedor Bruno Covas teve na capital. E demonstra que se essa alienação tem por base a desconfiança, o eleitor foi premonitório.

Desconfiou, com razão, do discurso de que tudo estava sob controle na cidade, reiteirado, inclusive, pelo próprio prefeito ao comemorar a vitória dizendo que sua reeleiçao havia sido uma prova de que é possível fazer política com a verdade, rejeitar o negacionismo e celebrar a ciência. Ao longo de toda a campanha, tanto o prefeito candidato quanto o governador negaram que as medidas, adiadas para depois da eleição a despeito das evidências de aumento da incidência da covid-19 no Estado, viessem a ser restritivas.

O discurso do prefeito ofereceu ainda outros motivos para a desconfiança que move a alienação eleitoral. Bruno Covas desculpou-se junto ao governador, ao seu lado, aos coordenadores de sua campanha e até à sua família para fazer um agradecimento especial ao vice, Ricardo Nunes, a quem pôs no topo da lista dos que o ajudaram na campanha: “Sofreu muito durante esta campanha.”

No PSDB, onde as mudanças no enfrentamento da pandemia já eram esperadas, esta menção acendeu o sinal de alerta. Não apenas pelo fato de o vice ter proporcionado ao prefeito os momentos de maior tensão ao longo das sabatinas e entrevistas da campanha dadas as controversas relações de Nunes, que é vereador do MDB, com entidades gestoras de creches e dos imóveis em que estão sediadas.

A preocupação se dá pela dívida de gratidão acumulada pela campanha de Bruno Covas com o padrinho da indicação de Nunes para a chapa, o vereador Milton Leite (DEM). Reeleito para o sétimo mandato consecutivo na Câmara Municipal de São Paulo, Leite teve uma das campanhas ao Legislativo mais caras do país. Declarou gastos de R$ 2,5 milhões, sendo que, desse total, 93% tiveram origem em repasses do partido.

Ao longo da campanha foram protocoladas na justiça eleitoral denúncias por distribuição de cestas básicas e irregularidades no manejo da engenharia eleitoral da periferia de São Paulo, especialmente da Zona Sul. A região, que um dia foi sede da “Tatolândia”, como se chamavam os distritos eleitorais dominados pela família de Jilmar Tatto, candidato do PT derrotado à Prefeitura de São Paulo, hoje é reinado inconteste de Milton Leite.

Um vereador conta que se uma fração da atenção que hoje é dada à atuação das milícias no Rio fosse dirigida à atuação dos feudos eleitorais nas periferias de São Paulo, a alienação eleitoral no município seria muito superior aos 40% registrados.

Originário do MDB, onde começou como cabo eleitoral, Milton Leite tem relações próximas com uma miríade de prestadores de serviços municipais e estaduais, de transportes a creches, passando pelo Porto de Santos. Tem influência nas indicações do primeiro ao terceiro escalão tanto da prefeitura quanto do governo do Estado. Migrou para o DEM mas manteve seus laços com o MDB de Ricardo Nunes.

Sem estampa para chegar à prefeitura da capital, este grupo limita-se a prestar e receber favores de sucessivas gestões tucanas. Ao colocar um aliado como Ricardo Nunes na vice de Bruno Covas, Milton Leite teria a oportunidade de comandar mais diretamente, pela primeira vez, em caso de vacância do cargo, a prefeitura da capital.

Valor Econômico

 

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