Queda de ministro do Turismo começou no WhatsApp

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Foto: Wallace Martins/Estadão Conteúdo

O presidente Jair Bolsonaro demitiu ontem o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, depois do vazamento de uma mensagem em que hostiliza o titular da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, no grupo de WhatsApp dos titulares da Esplanada.

Bolsonaro convidou para assumir o posto o presidente da Embratur, Gilson Machado. Embora o Planalto ainda não houvesse confirmado a troca, ela era dada como certa na Esplanada na tarde de ontem. O presidente só confirmou a nomeação de Machado a apoiadores no fim do expediente. Ao chegar ao chegar ao Palácio da Alvorada, ele foi abordado por um fã que disse ser de Pernambuco, Estado natal de Machado.

“Está sabendo do Gilson? É ministro. O Gilson é um cara muito competente nessa área”, disse Bolsonaro. “O outro [Álvaro Antônio] estava fazendo um bom trabalho também, mas deu problema aí.”

Machado não acumulará os cargos e deve deixar a presidência da estatal.

Algumas fontes ouvidas pela reportagem afirmam que o agora ex-presidente da Embratur deve exercer um “mandato tampão” à frente do Turismo. Isso porque o cargo deve fazer parte de uma barganha do Palácio do Planalto com partidos da base em troca de apoio no Congresso e às vésperas da eleição para as presidências da Câmara e do Senado.

Porém, pessoas que estiveram com Machado afirmam que a expectativa dele não é ficar provisoriamente no posto. Dizem ainda que, ao convidá-lo ao cargo no Palácio do Planalto, Bolsonaro não mencionou uma futura troca.

Machado, além disso, é filiado ao PSC. O partido fechou com Arthur Lira (PP-AL), que é candidato do governo à sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na disputa pela presidência da Câmara.

Foi justamente uma suposta negociação para entregar a pasta ao Centrão que gerou o desentendimento entre Álvaro Antônio e Ramos, general da reserva e amigo de Bolsonaro há quase 50 anos.

Em uma mensagem no grupo de WhatsApp dos ministros, Álvaro Antônio chama Ramos de “traíra” e diz que ele entra na sala de Bolsonaro “comemorando aprovações insignificantes no Congresso, mas não diz o altíssimo preço [com letras maiúsculas] que tem custado”.

“Conheço de parlamento, o nosso governo paga um preço de aprovações de matérias nunca visto antes na história [com maiúsculas], e ainda assim (na minha avaliação), não temos uma base sólida no Congresso Nacional”, disse Álvaro Antônio, que é deputado federal pelo PSL de Minas Gerais. “Tanto que o senhor pede minha cabeça pra tentar resolver as eleições do parlamento, ironia, pede minha cabeça pra suprir sua própria deficiência. Nem por isso Ministro Ramos, fui ao PR pra dizer que o senhor não tem capacidade pra atuar em tal função.”

Álvaro Antônio prosseguiu dizendo que Ramos “deveria ter aprendido na sua própria formação militar que não se joga um companheiro de guerra aos inimigos, não se pode atirar na cabeça de um aliado”.

“Ministro Ramos, o senhor é exemplo de tudo que não quero me tornar na vida, quero chegar ao fim da minha jornada exatamente como meus pais me ensinaram, leal aos meus companheiros e não um traíra como o senhor”, concluiu.

Um dos auxiliares mais próximos do presidente, Ramos já foi alvo da insatisfação pública de outro ministro, Ricardo Salles, do Meio Ambiente. Em outubro, Salles foi ao Twitter para chamar Ramos de “Maria Fofoca”, por supostamente haver vazado à imprensa informações que o prejudicavam.

Agora, torna-se pivô da saída de Álvaro Antônio, que deve retomar o mandato de deputado federal. Ele foi o mais votado para o cargo em Minas Gerais em 2018. E ajudou a socorrer o presidente quando ele foi esfaqueado em um evento de campanha na cidade de Juiz de Fora, em 6 de setembro daquele ano. Ontem, antes da fala do presidente, um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), fez uma postagem no Twitter desejando boa sorte a Machado. “Desejo boa sorte a Gilson Machado, que vinha fazendo bom trabalho como Presidente da Embratur e agora se torna novo Ministro do Turismo”, afirmou.

Valor Econômico

 

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