Gerações de médicos se indignam com negacionismo de Bolsonaro

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Foto: Benoit Tessier/Reuters

Médicos formados pela Universidade de São Paulo, ex-alunos da Casa de Arnaldo, a Faculdade de Medicina da instituição -, iniciaram um abaixo-assinado em razão do que chamam de ‘descaso com a vida’ do governo federal. A classe, que tem um dos papeis centrais na linha-de-frente contra o novo coronavírus, clama ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, pela imediata abertura do processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro por crime de responsabilidade e prevaricação.

O médico Walter Cintra Ferreira Júnior afirma que o abaixo-assinado foi organizado de maneira independente e inspirado pela mobilização dos alunos e ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. O documento das Arcadas do Largo São Francisco já conta com mais de mil assinaturas, inclusive as de renomados juristas como Dora Cavalcanti, Igor Tamasauskas, Pierpaulo Bottini, Aloísio Lacerda Medeiros e os professores da casa Sebastião Tojal e Helena Lobo.

A ‘carta pelo impeachment’ dos médicos formados pela FMUSP começou a angariar assinaturas no fim da tarde desta terça, 19, e já conta com mais de 600. Segundo os organizadores, o movimento pareceu pertinente ‘em razão da situação de caos sanitário e das ações irresponsáveis do presidente Jair Bolsonaro’.

A movimentação dos ex-alunos da Medicina da USP inspirou ainda a elaboração de uma carta aberta por ex-alunos, ex-residentes e docentes da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). O manifesto já conta com mais de 280 assinaturas de profissionais.

“São inúmeros os exemplos de manifestação pública de Jair Bolsonaro minimizando os riscos de se contrair COVID-19 e desdenhando do que é cientificamente preconizado, como evitar aglomerações, seguir as medidas de higiene e fazer o isolamento social. Entendemos que tais posturas e ações perpetradas pelo presidente Jair Bolsonaro configuram crime de responsabilidade e contra a saúde pública”, defendem os médicos no manifesto.

O documento divulgado pelos ex-alunos da Casa de Arnaldo classifica o número de mortes pela covid-19 no Brasil é ‘inaceitável’, decorrentes de condições de desigualdade e vulnerabilidade ‘agravadas pela condução inepta, irresponsável e criminosa do governo federal’. “Dezenas de milhares de vidas poderiam ter sido poupadas se tivéssemos uma condução pautada pela proteção da população e pelas orientações da comunidade científica nacional e internacional”.

O texto ainda menciona diversas posturas do presidente Jair Bolsonaro em meio à pandemia: adoção de medidas ‘sem nenhuma base científica’; ‘desautorização e descredito de cientistas’; ‘trocas dois ministros de saúde e a substituição de dirigentes técnicos do Ministério da Saúde por pessoas sem qualquer competência e experiência’.

“Assistimos a um grupo teleguiado por um presidente que diária e publicamente, de forma caricata, incita a população a ter comportamentos de risco, minimiza os mecanismos de proteção coletiva, dissemina o descrédito sobre a vacina e estimula disputas com outros atores políticos como se estivéssemos em um campeonato esportivo. Assistimos a um lamentável jogo de interesses e vaidades entre atores políticos que ocupam os governos federal e estaduais”

Os médicos que iniciaram o abaixo-assinado também destacaram que o ‘Ministro da Saúde não foi capaz sequer comprar os insumos necessários para o atendimento dos pacientes e para o programa nacional de vacinação’ e dizem que a ‘gota d´água de sucessivos erros’ foi a situação de Manaus, que viu pacientes morrem por asfixia em razão da falta de oxigênio.

A carta pelo impeachment ainda sai em defesa do Sistema Único de Saúde: “Mesmo combalido pela asfixia financeira, pelo processo de desmonte de suas áreas técnicas e de suas políticas de assistência à saúde, o SUS se mostrou presente, vivo e atuante. A capilaridade do SUS e sua larga experiência nos maiores programas de vacinação em massa do mundo certamente serão essenciais mais uma vez na imunização do povo, com chegada das vacinas contra a COVID-19”

Estadão 

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