Argentina e Equador à beira de uma crise diplomática

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Foto: Ricardo Ceppi/Getty Images

O governo do Equador decidiu convocar seu embaixador em Buenos Aires para rever a relação com o governo da Argentina, cujo presidente, Alberto Fernández, fez declarações que Quito interpretou como uma “intervenção inaceitável” nos assuntos internos do país.

O Ministério das Relações Exteriores do Equador, em um breve comunicado, informou ter chamado o embaixador Juan José Vásconez para consultas. O objetivo da medida é realizar “uma análise intensa das relações do Equador com o governo de Fernández e passar (ao embaixador) as instruções correspondentes”, disse a chancelaria no texto.

A ação foi tomada poucas horas depois de o próprio Ministério ter apresentado um “forte protesto” ao governo argentino pela referência que Fernández fez ao presidente equatoriano, Lenín Moreno, em relação ao distanciamento que ele tinha com seu primeiro vice-presidente, Jorge Glas, condenado por corrupção e atualmente preso.

As declarações de Fernández foram dadas na terça-feira 9 em entrevista a uma emissora. O presidente argentino citou a relação de Moreno e Glas ao ser questionado sobre um eventual distanciamento e ruptura com sua vice-presidente, Cristina Kirchner.

“Não sou Lenín Moreno. Não sou Lenín Moreno, está bem? Quem imagina, não me conhece. Talvez eu tenha diferenças com Cristina. Eu as tenho, não que eu as tive, eu as tenho. Temos visões diferentes sobre muitas coisas ou sobre algumas, não sei se sobre muitas. Mas cheguei aqui com Cristina e vou sair com Cristina”, disse.

O governo do Equador “rejeitou enfaticamente as expressões utilizadas pelo presidente argentino, as quais considera uma intervenção inaceitável nos assuntos internos de outro Estado”, como informou o Ministério.

A carta de protesto afirma que o governo equatoriano “não aceita que sejam feitas comparações insultantes em relação ao presidente da República do Equador”.

O texto ressalta que o sistema de justiça do Equador “goza atualmente de absoluta independência e autonomia em todas as suas ações, e que o trabalho que vem realizando na luta contra a corrupção tem o único propósito de devolver o Estado de Direito e a liberdade de ação ao Judiciário equatoriano”.

Em agosto de 2017, Moreno, que iniciou seu mandato em maio daquele ano, retirou “todas as funções” atribuídas a Glas após as polêmicas surgidas entre os dois e as críticas deste último sobre sua gestão.

Em 3 de outubro de 2017, a Justiça equatoriana ordenou a prisão preventiva de Glas por sua suposta ligação com um caso de corrupção envolvendo um esquema de propinas pegas pela construtora brasileira Odebrecht, e pelo qual ele acabou sendo condenado a seis anos de prisão.

Glas, que também foi vice-presidente de Rafael Correa nos últimos anos de seu período no governo (2007-2017), está cumprindo a pena em uma das penitenciárias de maior segurança do Equador e também é alvo de outros processos por corrupção.

 

 

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