Ativistas levam faixa com a palavra “genocida” à frente do Planalto

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Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Um dia após a Polícia Militar (PM) prender manifestantes que abriram uma faixa em frente ao Palácio do Planalto chamando o presidente Jair Bolsonaro de “genocida”, um novo protesto foi feito no local nesta sexta-feira. Parlamentares e ativistas levaram duas faixas com o mesmo termo, além de cruzes para marcar os mortos pela pandemia de Covid-19.

De acordo com a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), que estava presente, a Polícia Militar acompanhou o ato, mas não interferiu. Além da prisão dos manifestantes, Melchionna também criticou a intimaçãofeita ao youtuber Felipe Neto, também por chamar Bolsonaro de “genocida”.

— Não houve tentativa de inviabilizar a manifestação. Acho que é muito importante que haja esse tipo de resposta, porque além dar a resposta política, para nós o Bolsonaro é um genocida, também reafirmar que censura nunca mais, não vão nos intimidar — disse a parlamentar.

Melchionna estima que estavam presentes cerca de 35 pessoas, entre elas a também deputada federal Vivi Reis (PSOL-PA) e o deputado distrital Fábio Felix (PSOL-DF). Ela disse que foram tomadas precauções de segurança contra a Covid-19, como distanciamento e o uso de máscaras.

Na quinta-feira, os manifestantes presos foram levados pela PM para uma unidade da Polícia Federal. A assessoria da PM afirmou que eles infringiram a Lei de Segurança Nacional. Após prestarem depoimento, quatro dos cinco manifestantes foram liberados.

Segundo parlamentares que acompanharam a situação, a PF considerou não ter havido crime na conduta deles. Um dos manifestantes teria sido mantido preso porque a Polícia Federal detectou que havia um mandado de prisão em aberto contra ele.

Para juristas ouvidos pelo GLOBO, o enquadramento das críticas a Bolsonaro na Lei de Segurança Nacional viola a liberdade de expressão e o Código Penal, que já prevê como agravante, nos casos de crimes contra a honra, o fato de serem cometidos contra o presidente da República.

O Globo