Bolsonaro se apressa em divulgar vacina “federal” para se contrapor à do Butantan

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Foto: Agência O Globo

O ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, anunciou nesta sexta-feira que uma candidata a vacina contra a Covid-19 apoiada pelo governo federal solicitou ontem à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para testes em humanos. Pontes convocou a imprensa horas após o governo de São Paulo dizer que pretende iniciar testes com voluntários para outro cotado a imunizante nacional, o Butanvac. Ele estava ao lado do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no Palácio do Planalto.

– Do meu ponto de vista não tem nada a ver uma coisa com a outra. Não tem nada a ver um fato com outro, porque nós temos anunciado o trabalho com as vacinas nacionais por bastante tempo – minimizou Pontes em conversa com jornalistas sobre a sequência de anúncios – Deve ter sido uma coincidência. E é bom para o país. A gente precisa ter várias vacinas nacionais. Essa aqui é uma que a gente tem trabalhado bastante.

Segundo Pontes, a produção de três vacinas nacionais avançaram recentemente. Uma delas, em desenvolvimento pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, com apoio de recursos federais, foi protocolada na quinta-feira junto à Anvisa.

Ele não especificou quanto tempo devem durar os testes, mas deu uma previsão de cerca de três meses para a realização das duas fases inicias, com 300 voluntários. Depois, serão necessárias 20 mil pessoas para a terceira etapa, sem prazo definido. O ministro disse que é possível acelerar a tramitação e até fazer algumas aberturas para eventualmente pedir o uso emergencial do imunizante antes do término.

Em seguida, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que “o importante é vacinar a população brasileira”. Para Queiroga, os imunizantes são os principais ativos para “pôr fim à pandemia”. Queiroga admitiu que a quantidade de vacinação no Brasil ainda não é a ideal:

– O Brasil já tem acertado mais de 500 milhões de doses de vacina. É o quinto país que mais vacina (em números absolutos). Em proporção à nossa capacidade de vacinar, ainda não estamos vacinando como queremos.

Queiroga também afirmou que há um compromisso do governo federal com a pesquisa científica e a intenção de fazer parcerias com a iniciativa privada.

– Somente com um volume de vacinas maior é que teremos a capacidade de fazer com que o nosso programa nacional de imunizações mostre toda a sua força. Esse é o desejo do governo – declarou Queiroga.

O Globo