Flávio Bolsonaro pediu segredo sobre mansão

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Foto: Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) estava quase irreconhecível quando chegou de camiseta e bermuda para conhecer uma mansão de R$ 6 milhões, localizada na área mais cara de Brasília, que ele estava interessado em comprar. As tratativas começaram no fim do ano passado e foram conduzidas por sua mulher, a dentista Fernanda Figueira Bolsonaro. Durante toda a negociação, o casal buscou manter discrição e evitar qualquer tipo de holofote. Os detalhes da negociação foram relatados ao GLOBO por uma testemunha que acompanhou diretamente as tratativas.

A antiga proprietária e moradora da casa, a design de interiores Heleuza Maria da Silva, havia se divorciado de Juscelino Sarkis, com quem teve dois filhos, e por isso decidiu colocar o imóvel à venda. Ela havia ficado com a casa, mas avaliou que era grande demais para suas atuais necessidades e resolveu se mudar do local. Ainda no ano de 2018, Heleuza procurou imobiliárias e fez o primeiro anúncio da venda da mansão, por um valor de R$ 7,9 milhões. Não houve interessados. O preço foi baixando gradualmente, até chegar no valor de R$ 5,97 milhões, quando o casal Flávio e Fernanda Bolsonaro ficou sabendo do anúncio.

Com o preço mais baixo, começou a haver procura pelo imóvel. No final do ano passado, Heleuza recebeu o telefonema de um corretor de imóveis, que agendou um horário para que uma mulher interessada fosse conhecer a casa. Seria às 17h. Coincidentemente neste mesmo dia, outro corretor lhe telefonou para marcar uma outra visita. Heleuza afirmou que não tinha disponibilidade porque já tinha um compromisso. O corretor insistiu e a proprietária concordou em receber essa outra pessoa já à noite, às 19h. O nome dela: Fernanda.

Nesse dia, a esposa de Flávio Bolsonaro foi até o local acompanhada do seu corretor de imóveis e adorou a mansão. Heleuza lhe relatou as condições de pagamento, prazos e avisou que já tinha diminuído o preço bem abaixo do valor de mercado. Fernanda concordou com todas as premissas e disse que queria a casa. Avisou que iria conversar com seu marido sobre o assunto e daria um retorno.

No dia seguinte, Fernanda telefonou para a proprietária e perguntou se poderia levar o marido para conhecer o local. Ficou combinado que o corretor imobiliário da proprietária estaria no local, e o casal levaria seu corretor também. Pouco tempo depois, Flávio e Fernanda chegaram acompanhados do corretor, de um assessor e também de suas duas filhas.

Flávio não se identificou com o sobrenome “Bolsonaro”. Cumprimentou a proprietária com educação e discrição. Mas, quando percebeu quem era o comprador, Heleuza não escondeu seu espanto. Por isso, ela deixou claro que toda a construção era regularizada e com os impostos em dia.

— Tem muitas casas aqui no Lago Sul que os proprietários constroem uma parte inicial, tiram o Habite-se, depois constroem varanda gourmet, piscina e várias outras coisas. O meu alvará de construção é total da casa, tudo pago, IPTU em dia. Não quero nenhum problema pra mim — relatou a proprietária, segundo uma testemunha que presenciou o diálogo.

Foi nesse momento que Flávio relatou seus receios sobre a transação.

— Nem eu quero problema pra mim. Eu já estou muito em evidência, estou sendo muito massacrado e injustiçado. Não quero problema pra mim nem pra você, nem pras minhas filhas. Quero tudo registrado, tudo legalizado — afirmou, de acordo com uma testemunha.

Na conversa, eles acertaram as condições iniciais de pagamento. Flávio relatou que iria solicitar um financiamento para pagar parte da compra. O restante, segundo o acerto, seria pago por meio de transferências bancárias em parcelas a serem quitadas até junho. Os detalhes foram combinados depois por meio dos corretores: o pagamento de um sinal de R$ 200 mil para garantir o negócio, e juros de 1% ao mês nas parcelas que seriam quitadas até junho.

De acordo com nota divulgada pelos advogados da família Sarkis, Flávio Bolsonaro pagou R$ 200 mil em 23 de novembro, depois repassou R$ 300 mil em 10 de dezembro e R$ 590 mil em 11 de dezembro. Os pagamentos totalizaram R$ 1.090.000,00. Ainda estão pendentes cerca de R$ 2 milhões, que devem ser quitados até junho. A nota contradiz a escritura de compra e venda, na qual estava registrado que “os vendedores declaram já haver recebido dos compradores o valor relativo à parcela de recursos próprios, indicada em recursos próprios do item preço da compra e venda/forma de pagamento”. Portanto, a compra ainda não foi totalmente quitada, o que está previsto para ocorrer até junho, segundo fontes que acompanharam o negócio.

O ex-marido de Heleuza, Juscelino Sarkis, não chegou a acompanhar essa visita. Ele foi chamado apenas posteriormente para ter conhecimento das negociações e assinar os documentos relativos ao negócio.

Um assessor de Flávio, que não se identificou pelo nome, assumiu a parte burocrática da transação. Sua postura causou estranheza: ele avisou que seu nome “não poderia aparecer” na transação.

Flávio e Fernanda demonstraram interesse em comprar também toda a mobília da casa. Heleuza concordou com a venda, mas avisou que o valor teria que ser negociado à parte. Flávio estava especialmente interessado nos equipamentos da academia que já existia no local. O valor solicitado pela proprietária, entretanto, frustrou o casal. Flávio avisou que não tinha dinheiro para adquirir a mobília e que, então, iria trazer sua mudança do Rio de Janeiro para ocupar a casa.

Já no início deste ano, o senador se mudou com sua família para a nova casa, mas a mobília ainda está incompleta. Deu início a alguns reparos, como a pintura das paredes e outros itens da casa que precisavam de tratamento.

Em nota divulgada ontem, o advogado Breno Sarkis afirmou que “até o presente momento todos os termos contratados têm sido devidamente adimplidos”. Em fevereiro, o financiamento do BRB no valor de R$ 3,1 milhões foi liberado e creditado na conta dos proprietários.

O senador Flávio Bolsonaro também tem negado irregularidades no negócio. Disse que a compra foi efetivado com valores provenientes da venda de um imóvel no Rio e da venda de sua participação em uma loja de chocolates.

O Globo 

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