Governo ignora pandemia e prevê PIB de +3,2%

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Foto: Christiano Antonucci/Secom-MT/Divulgação

Nos últimos dias, o Brasil bateu tristes recordes de perda de vidas devido a pandemia do novo coronavírus. Para tentar frear o número de novos casos, governadores e prefeitos voltaram a restringir atividades e circulação de pessoas, a exemplo do que aconteceu em março e abril do ano passado, com a chegada da pandemia no país. O Ministério da Economia admite que a nova onda de casos de Covid-19 afetam a atividade econômica, porém, manteve a projeção para o crescimento do país em 3,2% para este ano. No primeiro trimestre, entretanto, o PIB deve ser negativo, em 0,35%.

“As incertezas são elevadas com os desafios de enfrentamento à pandemia, mas deve-se considerar os indicadores no primeiro bimestre que apontam continuidade da recuperação da atividade econômica”, diz o Ministério no Boletim Macrofiscal, publicado nesta quarta-feira, 17.

A manutenção da estimativa se baseia em alguns pilares. Dentre eles estão a vacinação em massa, política monetária de juros em patamares baixos, o controle dos gastos públicos públicos e a continuidade das reformas estruturais possibilitarão aumento de confiança e vigor da atividade ao longo deste ano.

“Dessa forma, a vacinação em massa vai garantir o retorno mais rápido do mercado de trabalho via redução das medidas restritivas de combate à pandemia; a consolidação fiscal vai manter um ambiente econômico propício ao investimento privado, à estabilidade da inflação e ao risco-país menor; e reformas pró-mercado vão dinamizar o crescimento de longo prazo da economia brasileira”.

Apesar do otimismo para o ano, a secretaria já aponta efeitos da pandemia para o primeiro trimestre. O setor de serviços, muito afetado no ano passado, deve cair 0,86% no período de janeiro a março. No último trimestre do ano passado, os serviços voltaram a crescer. Maior setor do PIB, o comportamento dessas atividades são importantes para a recuperação econômica. A Secretaria afirma que para a volta desse setor, e também da atividade informal, que movimenta a economia, depende da vacinação.

Segundo o Ministério, há alguns outros fatores que podem trazer uma retomada mais rápida: o aumento da taxa de poupança, somado a consolidação do setor de crédito e o fortalecimento do mercado de trabalho formal.

O Ministério da Economia revisou as previsões de inflação para o ano. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país deve fechar o ano em 4,4%, acima dos 3,23% da projeção anterior. A expectativa está acima da meta central deste ano, de 3,75%, mas dentro da margem de erro, que vai de 2,25% e 5,25% em 2021. “O principal responsável pela elevação da projeção foi o preço dos alimentos. Todavia, as expectativas a partir de 2022 apontam convergência da inflação para o centro da meta”, informou o Ministério da Economia.

A previsão da Secretaria de Política Econômica está abaixo da estimativa do mercado financeiro – de uma alta de 4,6% em 2021.

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