Luciano Huck foi invenção de FHC

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Foto: Dida Sampaio/Estadão

Um dos fundadores do PSDB, o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), de 75 anos, se apresentou formalmente ao presidente do partido, Bruno Araújo, como pré-candidato ao Palácio do Planalto nas prévias tucanas marcadas para outubro. O anúncio foi feito no momento em que a legenda admite pela primeira vez desde sua fundação, em 1988, apoiar um candidato de outro partido em 2022.

Virgílio credita ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a entrada de Luciano Huck no tabuleiro dos presidenciáveis. O apresentador da TV Globo e empresário articula uma candidatura com apoio no chamado centro político. “Luciano Huck foi ideia do FHC, que tem o direito de errar. Será que ele está pronto? Será que sabe o caldeirão fervendo que teria que gerir? Será que Luciano Huck se vê presidente?”, disse o ex-prefeito de Manaus ao Estadão.

“O PSDB não pode jogar a toalha antes de começar a luta. Vamos apoiar quem? Não somos um partidinho”, afirmou. O tucano, que está passando uma temporada em São Paulo, lista suas credenciais para pleitear a vaga de presidenciável da sigla: foi deputado federal, senador, ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência de FHC, além de três vezes prefeito de Manaus.

Em 2018, Virgílio tentou disputar prévias no PSDB contra Geraldo Alckmin, mas acabou desistindo e saiu do processo em crise com o partido. Na ocasião, chamou de “fraude” a organização da disputa interna porque o ex-governador paulista era também presidente da legenda. Alckmin foi chamado por ele de “cínico”. “Dessa vez as prévias estão sendo bem regulamentadas. Em 2018 o Alckmin não queria debate. Não sou outsider ou franco atirador. Ajudei FHC a governar o País”, afirmou.

Além de João Doria e Virgílio, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também está na lista de candidatos a futuro presidenciável na eleição interna tucana. O paulista, porém, já não descarta optar por disputar a reeleição. A tese de que o PSDB pode apoiar um candidato de outro partido para unir o centro e derrotar Bolsonaro é defendida hoje pelo próprio Doria, pelo deputado federal Aécio Neves (MG) e pelo presidente nacional da legenda tucana, Bruno Araújo.

Estadão