Lula deve ocupar todo o espaço da esquerda em 2022

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Foto: Ricardo Stuckert/Intituto Lula

A elegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), motivada pela decisão do ministro do Supremo Edson Fachin na última segunda-feira (8), sacudiu o ambiente político e deu um novo rumo às eleições de 2022. Até então considerado “morto politicamente” para muitos analistas, o nome do petista volta a figurar como principal adversário do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

De quebra, a anulação dos processos em que Lula foi condenado em Curitiba levanta mais suspeitas sobre a legalidade da atuação do ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. A decisão de Fachin e o julgamento da suspeição de Moro somam-se aos diálogos já conhecidos da Vaza Jato e desgastam ainda mais aquele que já foi um símbolo do combate à corrupção no país — dificultando uma candidatura à presidência.

Há quem diga que a polarização beneficiará Bolsonaro, que tem como estratégia política o confronto e o radicalismo, ao inflamar seus apoiadores mais fiéis contra os adversários vermelhos. Mas, para o cientista político André Rosa, os desdobramentos podem ser diferentes.

“A noção que se tem é que o presidente já tem um discurso pronto contra o lulopetismo. Não concordo com isso. Bolsonaro pode pensar que a polarização é boa, mas do ponto de vista político, o Lula é mais competitivo do que Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT). João Doria (PSDB) ainda é uma incógnita. Dá para dizer que essa polarização é pior para a esquerda do que melhor para o Bolsonaro”, avalia Rosa.

O PSDB, inclusive, já anunciou – ainda no timing da decisão que beneficiou Lula – que a prévia presidencial do partido será em outubro deste ano. Estão na disputa João Doria – governador de São Paulo que tem passado por vários embates com Bolsonaro, especialmente em relação à pandemia –, e Eduardo Leite, chefe do governo do Rio Grande do Sul.

O partido, que se posiciona como uma alternativa ao bolsonarismo e ao petismo, já se mostra preocupado com um cenário mais polarizado.

 

Já no caso de Ciro Gomes (PDT), que se apresenta como alternativa àqueles que se consideram de esquerda, o jogo parece ter ficado complexo. “Um fortalecimento de Lula seria péssimo para o Ciro. Ele quer se descolar dessa imagem do petismo e ao mesmo tempo driblar a direita conservadora. Agora a gente vê uma esquerda bem mais unida em torno do Lula do que do Ciro, que não apoiou Haddad no segundo turno em 2018 e gerou desconfiança”, explica Rosa.

Para o cientista político, o pedetista tem tomado cuidado ao atacar ambos os lados, o que configura uma situação complicada para o ex-governador do Ceará. “Ele diz que Moro errou, mas Lula não é inocente. Ele bate e assopra no Lula. O que complica para ele é que a imagem do PT ainda é forte, apesar de não ter ido tão bem nas eleições municipais”, observa Rosa. Gomes chegou a afirmar, esta semana, que não se aliaria a uma chapa petista em 2022. “Não contem comigo para esse circo macabro”, disse ele, entrevistas ao portal UOL e à TV Band News.

Outra legenda que pode mudar o jogo em 2022 é o PSOL. Nas últimas eleições gerais, Guilherme Boulos passou longe do segundo turno. Na disputa para a prefeitura de São Paulo, no entanto, a história foi outra: ele foi para o segundo turno junto com Bruno Covas (PSDB) e, como era de se esperar na disputa pelo comando da maior cidade da América Latina, atraiu a atenção de todo o país, mesmo perdendo. A tendência, no entanto, é que o PSOL se alie ao PT em uma eventual candidatura de Lula.

“Eu vejo como uma candidatura excelente. Antes, o PSOL não ia para o segundo turno porque as campanhas eram caras e era preciso ter tempo de TV. Agora, as coisas mudaram. Então você percebe que esses partidos nanicos passaram a ter capilaridade. Eu vejo a junção do Boulos com Lula como algo bom. Boulos, por ter chegado ao segundo turno em São Paulo, conseguiu mídia. E a retórica dele é excelente, ele sabe se comunicar bem com o povo”, acredita o cientista político.

Os rumos da pandemia, no entanto, também são outro fator determinante. Enquanto, em São Paulo, o governador João Doria corre contra o tempo desde o ano passado para vacinar a população, o presidente Jair Bolsonaro demorou a seguir o mesmo rumo. Inicialmente, ele chegou a falar contra os imunizantes e, recentemente, disse que governadores que quisessem comprar vacinas por contra própria teriam que comprar “na casa da mãe”.

A repercussão foi ruim para o chefe do Planalto. Para André Rosa, a velocidade da vacinação é que vai definir a importância dessa pauta no pleito do ano que vem. “Se demorar, entra em 2022 com o assunto ainda em alta. Agora, os governadores estão trazendo para si a questão da compra das vacinas. Tem o Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) indo à embaixada da China atravessando o presidente nessa questão das vacinas, enquanto o presidente ainda fala contra elas. Nesse cenário, não é de se estranhar que Bolsonaro (que tem liderado pesquisas), caia em 2022 por causa disso”, avalia.

Correio Braziliense

 

 

 

 

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