PSDB acha que se repetir fiasco de Alckmin o partido acaba

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

A “piscada” de João Doria no duelo interno do PSDB rumo à eleição presidencial de 2022 fez surgir nas bancadas do partido um movimento, ainda embrionário, para que os tucanos, pela primeira vez na sua história, abram mão de concorrer ao Palácio do Planalto. Por ora, a possibilidade de as candidaturas parlamentares do PSDB ficarem com todos os recursos eleitorais públicos do partido ajuda a germinar a sementinha. Se ela brotará ou não, só o tempo e as condições atmosféricas da política darão a resposta. Com o regador na mão está Aécio Neves.

Após a reentrada de Lula na cena eleitoral, também ganha corpo a ideia de que um novo fracasso presidencial tucano, como o ocorrido em 2018, pode aniquilar o PSDB.

O remédio amargo seria aderir a um “bloco de centro” na disputa presidencial e liberar as coligações regionais. As duras condições sanitárias e econômicas do Rio Grande do Sul também são um complicador para Eduardo Leite, o outro presidenciável.

Mesmo com condução na direção certa do combate à covid-19 em São Paulo, os passos de Doria na política interna do PSDB fizeram o governador de São Paulo perder força.

A afirmação de Doria ao Estadão de que pode concorrer à reeleição abriu de vez a porteira para a debandada de seus apoiadores fora de São Paulo.

Numa reunião tensa no Palácio dos Bandeirantes, aliados do governador paulista surpreenderam o presidente do PSDB, Bruno Araújo, ao propor que Doria assumisse o comando do partido.

A ofensiva de Doria sobre Aécio Neves, na mesma ocasião, também acabou por motivar uma onda de solidariedade ao deputado mineiro, enrolado em processos na Justiça.

A velocidade com que Doria se lançou na disputa pré-eleitoral também incomodou os tucanos. Nas palavras de um experiente deputado nordestino, o caçador não pode ultrapassar a caça.

Ao fim e ao cabo, Doria ajudou no renascimento de seu principal adversário interno, o deputado federal Aécio Neves, hoje o grande articulador nacional tucano.

Estadão