19 governadores fazem vez do governo federal e pagam auxílios emergenciais

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Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Com o agravamento da pandemia do novo coronavírus e a necessidade de endurecer medidas de restrição social, ao menos 19 governadores estenderam ou retomaram o pagamento de auxílios emergenciais para determinados grupos da população. Os valores variam entre R$100 e R$1.500 e são pagos a setores específicos do comércio, como bares e restaurantes, classe artística e a pessoas em situação de extrema pobreza.

Os governadores tiveram de determinar o fechamento do comércio, estipular toques de recolher e até restringir a circulação da população em vias públicas após o aumento expressivo no número de mortos e contaminados pela Covid-19. Para mitigar os efeitos da pandemia, os deputados estaduais, em todos os estados com propostas de transferência de renda, aprovaram os benefícios.

Levantamento do GLOBO mostra que Rio, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Pará, Paraná, Maranhão, Piauí, Acre, Ceará, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rondônia e Sergipe anunciaram ou retomaram auxílios. No Rio, o governo do estado criou o programa Supera Rio, que deve liberar entre R$ 200 e R$ 300 por mês até dezembro deste ano para famílias com renda mensal de até R$ 178 por pessoa.

Contrário às medidas de isolamento, o presidente Jair Bolsonaro criticou o auxílio emergencial pago pelos cofres estaduais a pessoas impedidas de trabalhar durante a pandemia. Segundo ele, os benefícios são uma forma de tirar a “liberdade” das pessoas aos poucos por causa das políticas de confinamento e toque de recolher, que ele classificou como “estado de sítio”.

— Você vê que tem governador, agora, que está falando em auxílio emergencial, né? — questionou Bolsonaro a um grupo de apoiadores no Palácio da Alvorada, acrescentando: —Ele quer fazer o Bolsa Família próprio. Quanto mais gente vivendo de favor do Estado, mais dominado fica esse povo.

Desafeto de Bolsonaro, o governador João Doria (PSDB) anunciou a unificação de programas sociais do estado e vai oferecer, durante a pandemia, uma bolsa-auxílio no valor de R$ 500 mensais para pessoas em situação de vulnerabilidade social, em troca de quatro horas de trabalho por dia. O programa, batizado de Bolsa do Povo, vai unificar os projetos sociais do estado e deve beneficiar até 500 mil pessoas. Para sair do papel, o projeto precisa ser aprovado pelos deputados estaduais.

A maioria dos auxílios locais vem na esteira da volta do auxílio emergencial do governo federal. Em março, governadores de 16 estados chegaram a pedir aos presidentes da Câmara e do Senado para que o Congresso disponibilizasse os recursos necessários para o pagamento de R$ 600. O governo não cedeu e manteve a previsão de R$250 por quatro meses.

Os programas atendem, em sua maioria, trabalhadores afetados pelo fechamento do comércio, como garçons, cabeleireiros e profissionais de beleza, taxistas e motoristas de aplicativo, além de uma parcela das pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico).

O Globo