Bolsonaro perde apoio entre policiais

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Foto: Marcos Corrêa / PR

O clima na 1ª Delegacia de Homicídios de Porto Alegre no dia 8 de outubro de 2018 era de festa. Os policiais civis haviam chegado mais cedo ao expediente. Traziam refrigerante, doces e salgados. O agente Fernando Lima foi até a impressora, pegou uma folha de papel com a palavra “Dops”, referência ao Departamento de Ordem Política e Social, delegacia conhecida na época da ditadura pela prática de tortura contra opositores, e a fixou no quadro de avisos da sala do colega Leonel Radde. Abaixo da sigla, escreveu “O bom filho à casa retorna”.

 

A ideia de Lima era fazer uma brincadeira. Radde havia se licenciado da Polícia Civil para concorrer a uma vaga de deputado estadual pelo PT e retornaria ao trabalho naquela manhã após três meses de afastamento. Além de ter fracassado na eleição, Radde viu o candidato a presidente preferido dos policiais, Jair Bolsonaro, passar ao segundo turno com 46,03% dos votos. Seus colegas não o pouparam. Festejavam a vitória daquele que havia prometido varrer o PT do Brasil e combater a criminalidade. “Eu fiz de sacanagem. O Leonel sofreu muita chacota naquele dia. Toda a delegacia tinha votado no Bolsonaro. E eu também votei, acreditando que ele resolveria o problema da impunidade e valorizaria as carreiras policiais, equilibrando novamente a briga entre bandido e polícia”, relembrou Lima. “Mas hoje estou completamente decepcionado”, completou.

A pedido de ÉPOCA, o instituto de pesquisa Atlas fez um levantamento para medir o grau de apoio e rejeição a Bolsonaro na Polícia Civil, na Polícia Militar (PM) e na Polícia Federal (PF) em todo o país. No retrato tirado pela pesquisa, fica claro que a Polícia Civil foi a que percentualmente menos apoiou o então candidato do PSL nas urnas em 2018 e hoje é a mais crítica. Entre os entrevistados que se declararam policiais civis, 53% disseram ter votado em Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018 e, desse total, a maioria, ou 61%, diz hoje estar arrependida. Em termos de erosão de apoio, o segundo grupo é o da PF. Em 2018, 61% optaram por Bolsonaro. Desses, um percentual nada desprezível, 38%, mostra arrependimento.

Na comparação com policiais civis e federais, os PMs são um caso à parte. Foram os que mais teclaram 17 nas urnas eletrônicas em 2018 e, atualmente, dizem, em sua maioria, não estar arrependidos do voto.

Época

 

 

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