Fascistas vão às ruas dia 15

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Foto: Reprodução

Em março de 1964, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade foi um dos acontecimentos que precipitaram a derrubada do presidente João Goulart pelos militares. Quase 60 anos depois, um evento quase homônimo pretende também deixar uma marca duradoura na direita brasileira.

Em 15 de maio, deve ocorrer em mais de 100 cidades pelo Brasil a Marcha da Família Cristã pela Liberdade, assumidamente inspirada na sua antecessora de 57 anos atrás. Será uma edição ampliada de uma primeira movimentação que já ocorreu no dia 11 de abril.

O objetivo é levar conservadores às ruas em defesa de pautas conservadoras e do governo de Jair Bolsonaro. Mais do que isso, ser o embrião de uma entidade permanente para tentar dar unidade a diversos grupos da direita, hoje dispersos.

O nome proposto, Foro Conservador, não é por acaso. Busca ser um contraponto ao Foro de São Paulo, entidade que reúne partidos latino-americanos de esquerda.

“A direita não é um agrupamento muito unido, a direita é muito rachada. Precisamos de um guarda-chuva institucional”, diz o publicitário Lúcio Flávio Rocha, 42, coordenador nacional da Marcha e do futuro Foro.

Segundo ele, a inspiração no evento de 1964 vem do fato de haver paralelos entre os dois momentos históricos. “É uma releitura daquela marcha. Vemos semelhança no que se refere ao risco às nossas liberdades”, afirma.

O Foro será uma entidade formalizada, com personalidade jurídica, coordenação nacional e seções estaduais. Já manifestaram intenção de compô-lo cerca de cem grupos, como Movimento Brasil Conservador, Nas Ruas e Brasil 200, do qual Rocha é membro em Aracaju (SE), onde vive. Ainda há dezenas de movimentos regionais interessados.

O gatilho para essa mobilização, afirma Rocha, é o que é percebido pela direita como uma situação limite de interferência nas liberdades individuais, que foi exacerbada pela pandemia.

“Acabou a passividade com a interferência nas nossas liberdades, a intervenção de alguns Poderes na competência de outros. Nesse processo, o presidente Bolsonaro tem sido sabotado. Isso nos preocupa, a segurança jurídica do país está em risco”, afirma.

Em cada cidade haverá uma concentração de manifestantes, em locais tradicionais de protestos. Em São Paulo será na avenida Paulista, no Rio na orla da de Copacabana e em Brasília na praça dos Três Poderes, com promessa de comparecimento do próprio Bolsonaro.

Haverá recomendação, diz o organizador, de que as pessoas usem máscara, além de arrecadação de alimentos para pessoas que perderam seu sustento na pandemia.

Serão seis pautas principais, que, segundo Rocha, unificam o movimento conservador: a principal é o combate às restrições de movimentação durante a pandemia, determinadas pelos governadores e Supremo Tribunal Federal, chamada de “defesa da liberdade”.

Outras bandeiras serão o voto impresso auditável, a nova PEC da Bengala (que antecipa a aposentadoria de ministros do STF), a defesa da prisão após condenação em segunda instância, CPIs para investigar ações de governadores e prefeitos na pandemia e oposição a projeto de lei que libera o plantio da maconha.

Outros temas, como apoio aos decretos das armas e defesa do ensino domiciliar, também deve surgir nas manifestações, afirma o coordenador, mas como decorrência da agenda principal.

Não serão tolerados, assegura Rocha, discursos em defesa de quebra institucional, como fechamento do STF e do Congresso ou pregação de um novo AI-5 –embora ele diga que é quase impossível proibir que surjam manifestações individuais sobre esses temas.

“A gente tem uma normativa, tem solicitado a vedação a essas mensagens. Obviamente alguns movimentos acabam pegando carona. Mas não são aderentes à marcha”, afirma.

Outro fator que pesou na mobilização dos conservadores foi a aproximação da campanha eleitoral de 2022, especialmente a volta à cena política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após sua condenação ter sido anulada pelo Supremo Tribunal Federal.

“A decisão sobre Lula pesou muito. Foi um dos maiores escárnios jurídicos do país, o grande sinal, a gota d’água”, afirma Rocha.

Segundo ele, a mobilização de agora naturalmente adquire um caráter de defesa da reeleição de Bolsonaro pelos conservadores. “Não vejo outra saída senão o Bolsonaro. Não há o que escolher. A única opção que a família conservadora brasileira tem é reeleger o presidente”, diz.

Folha  

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