Governador do Rio se cala sobre chacina sob seu comando

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Foto: Reprodução

Passadas mais de 24 horas da operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, na favela do Jacarezinho, na Zona Norte da capital, que terminou em 25 mortes, o governador Cláudio Castro (PSC) ainda permanece em silêncio sobre o caso. Pré-candidato à reeleição em 2022 e aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Castro preferiu comentar nas redes sociais sobre a inauguração do “Restaurante do Povo”, em Campos dos Goytacazes, na Região Norte do estado. Ele participou do evento nesta sexta-feira, 7. O município é reduto eleitoral do ex-governador Anthony Garotinho (sem partido), que, nos bastidores, tornou-se um apoiador de Castro. A Secretaria de Polícia Civil ainda não divulgou os antecedentes criminais dos mortos.

“O Restaurante do Povo é uma de nossas vacinas contra a fome. A reabertura da unidade em Campos possibilitará a oferta de 1500 refeições/dia de forma gratuita. Não relegamos a fome a segundo plano e vamos, até o final do ano, abrir mais 10 Restaurantes do Povo por todo Estado”, escreveu Cláudio Castro em seu Twitter oficial nesta sexta-feira. Ele foi oficializado no cargo no último sábado, 1°, depois que o ex-governador Wilson Witzel (PSC) sofreu impeachment por corrupção.

A nota divulgada pelo governo do Rio não tinha o nome de Cláudio Castro:

“O Governo do Estado do Rio de Janeiro lamenta as vidas perdidas na operação da Polícia Civil, nesta quinta-feira (6/5), no Jacarezinho. A ação foi pautada e orientada por um longo e detalhado trabalho de inteligência e investigação, que demorou dez meses para ser concluído. Para garantir a transparência e a lisura da operação, todos os locais de confrontos e mortes foram periciados. É lastimável que um território tão vasto seja dominado por uma facção criminosa que usa armas de guerra para oprimir milhares de famílias”.

Coordenado pela Secretaria estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, em parceria com a prefeitura de Campos, o “Restaurante do Povo” é a nova versão do projeto criado por Garotinho para oferecer refeições à população carente, batizado de “Restaurante Popular”. O prefeito da cidade é filho dele, Wladimir Garotinho (PSD). Castro e Wladimir participaram juntos do encontro, além do próprio Garotinho, da esposa dele, a também ex-governadora Rosinha Matheus, e da filha do casal, a deputada federal Clarissa.

Em 2018, Garotinho se candidatou novamente ao governo do Rio. Mas ele foi impedido de disputar o pleito pela Justiça Eleitoral. Embora negue, ele apoiou Witzel informalmente no segundo turno contra o ex-prefeito Eduardo Paes, na época filiado ao MDB. Em outubro de 2019, Garotinho foi preso pela quinta vez suspeito de participar de um esquema de superfaturamento em contratos celebrados entre a Prefeitura de Campos e a construtora Odebrecht. Ele sempre negou irregularidades e disse ter sido perseguido politicamente.

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