Governistas tentaram barrar deputadas na CPI
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A sessão da CPI da Covid desta quarta-feira foi interrompida temporariamente após senadores governistas questionarem o direito de a bancada feminina fazer perguntas no início da sessão mesmo sem integrar a CPI. O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), havia acordado que as senadoras tivessem prioridade na oitiva de Nelson Teich, ex-ministro da Saúde.
Após indagações do relator Renan Calheiros e do vice-presidente Randolfe Rodrigues, Omar Aziz abriu espaço para pergunta de uma representante da bancada feminina. A escolhida foi a líder do Cidadania, Eliziane Gama (MA). No início da fala da senadora, o governista Ciro Nogueira (PP-PI) reclamou e disse que “não concordou com nada disso”.
Veja aqui a CPI ao vivo:
Nogueira argumentou que o direito à fala da bancada feminina não está previsto no regimento do Senado. Aziz concordou com isso, mas disse que havia cedido o direito à fala das senadoras por acordo na última sessão.
— Se foi um erro das lideranças não indicarem as mulheres, a culpa não é nossa — disse Ciro.
Omar rebateu:
— A única diferença nesse momento é que fomos indicados para uma comissão. Eu quero fazer um apelo, teremos uma reunião após ouvir o doutor Teich e só peço para conversarmos.
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Ciro disse que aceitaria apenas hoje, mas que não “queria ficar como vilão” porque o acordo não respeitava o regimento. Normalmente, aqueles que não compõem a CPI ficam para o final.
Eliziane reagiu:
— Eu só não entendo por que tanto medo das vozes femininas.
Ciro emendou:
— O senhor está vendo? As pessoas querem dar outra versão, como se estivéssemos perseguindo as mulheres. Quem está perseguindo as mulheres é o seu partido que não lhe indicou, senadora.
Quando a comissão foi formada, o filho do presidente da República, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), afirmou que “as mulheres já foram mais respeitadas e mais indignadas” ao comentar a falta de representação feminina na CPI. Eliziane Gama rebateu e disse que não iria admitir “ironia machista” contra as mulheres.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) também estava presente na sessão desta quarta-feira e defendeu a possibilidade de as mulheres falarem, argumentando que não se tratava de um privilégio, e sim de algo acordado com os senadores.
— Há uma grande diferença de privilégio e prerrogativa. Privilégios são inadmissíveis e as mulheres nunca irão pleitear, prerrogativa é diferente. Pedimos ao plenário dessa comissão ontem para ter direito de fala na lista dos titulares e dos suplentes — disse Simone Tebet, líder da bancada feminina.
Simone afirmou que o tema foi deliberado ontem, mas que alguns senadores não estavam presentes. Ciro discursou e a discussão se intensificou.
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