Governo quer esquecer depoimento de presidente da Anvisa

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Foto: Jefferson Rudy

O depoimento do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), contra-almirante Antônio Barra Torres, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Covid-19, causou mal-estar no Palácio do Planalto. Assessores palacianos afirmaram, porém, que o balanço final foi positivo e que as falas provam que a agência sanitária possui autonomia e rebatem a acusação de que estaria sendo aparelhada por figuras alinhadas ao governo, a fim de seguirem as determinações do presidente Jair Bolsonaro.

Um parlamentar bolsonarista, que preferiu manter o anonimato, destacou que as falas de Barra Torres repercutiram muito negativamente. Mas outro parlamentar próximo ao presidente, que também optou pelo anonimato, afirmou que conversou com diretor da Anvisa após o depoimento e ainda esteve com Bolsonaro, ontem, e que não percebeu irritação pelo presidente.

“O almirante não confirmou que o presidente pediu para mudar a bula da cloroquina. Também disse que não houve intervenção e que a agência é de Estado, e não de governo. A imprensa deu uma distorcida no que ele falou. Falamos, ontem, por telefone, perguntei como foi, ele disse que foi tudo bem. A opinião do presidente é a mesma que a minha: essa CPI é suspeita, o relator é suspeito”, atacou.

Logo depois do depoimento de Barra Torres, à CPI, na terça-feira, começou a correr o boato de que o diretor-presidente da Anvisa seria chamado ao Palácio do Planalto para dar explicações — e que os parlamentares bolsonaristas mais fieis ao presidente estariam por trás da pressão para que isso acontecesse. “No fim, (Barra Torres) jogou por terra o argumento de que o presidente estaria interferindo na Anvisa e atrapalhando a aprovação das vacinas, uma crítica recorrente. Foi uma coisa pessoal. Ele discordou do presidente, discordou da cloroquina, mas, do ponto de vista prático, não trouxe materialidade para nenhum crime”, observou o parlamentar bolsonarista que considerou positivo para o governo o depoimento do contra-almirante.

Se em tese nada mudou no relacionamento entre Bolsonaro e Barra Torres, interlocutores do governo percebem a situação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, à medida que a CPI avança. O governo já está consciente que fica cada vez mais evidente que o general está profundamente comprometido com as falhas à sua atuação, que devem ser enfatizadas no depoimento à comissão. Por isso, o Palácio do Planalto mandou intensificar os esforços para torná-lo de testemunha — condição na qual foi convocado e, por isso, não pode calar nem mentir — a investigado — quando pode se negar a responder as perguntas e não tem compromisso com a verdade. A ida de Pazuello à comissão está marcada para o próximo dia 19.

As declarações de Barra Torres deixaram claro que o Ministério da Saúde e o Planalto adotaram práticas não preconizadas pela Anvisa. Ele destacou que rejeitou prontamente o pedido para mudar a bula da cloroquina, pois este tipo de alteração deve ser baseado em critérios técnicos e resultados de estudos científicos claros, avaliados pela comunidade internacional. Também destacou que as decisões fizeram com que a doença fosse potencializada e gerasse mais mortes e infectados, o que representou em larga escala o colapso do sistema de saúde. (Com Renato Souza)

Correio Braziliense

 

 

 

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